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http://hdl.handle.net/10451/41913
Título: | Escritos em branco : rupturas da ciência e da pedagogia no Portugal Oitocentista : o ensino para cegos no Asilo-escola António Feliciano de Castilho (1888-1930) |
Autor: | Amado, Maria do Castelo Teixeira Malta Romeiras da Costa, 1966- |
Orientador: | Ó, Jorge Ramos do, 1962- |
Palavras-chave: | Cegos Poder Inclusão Educação Asilo Teses de mestrado - 2007 |
Data de Defesa: | 2007 |
Resumo: | Em 1888 foi instituído o Asilo-Escola António Feliciano de Castilho, por
iniciativa da Associação Promotora para o Ensino dos Cegos. O tema que abordo
neste percurso é o da educação de cegos para a autonomia, tendo escolhido este
estudo de caso por ser o primeiro projecto de cariz não asilar em Portugal.
Portadores de uma filosofia de integração, utilizando as técnicas pedagógicas
trazidas através do Dr. Sigaud do Instituto Haüy de Paris, bem como a
legitimação que lhes era dada pela medicina oftalmológica em crescimento e
pela renovação social e política portuguesa, os seus promotores encontraram
nesta área de intervenção uma oportunidade de exercício de poder. O maior dos
poderes, o de transformar identidades.
É nesse sentido que desenvolvo as questões que surgem,
cuidadosamente, desde a preparação das instalações, à ligação de investigação
médica sobre a visão, bem como às técnicas de comunicação e ensino a alunoscidadãos
privados de um sentido, mas não das suas capacidades cognitivas,
exemplares para a aplicação das teorias desenvolvidas de recuperação e
integração social, surpreendentes pela forma como se associaram e
aproveitaram a oportunidade dada, formando um crescendo, ele próprio
associativo, que resultaria na actual participação e autonomia dos nossos dias.
Interrogo as circunstâncias micro e macro deste projecto, e as suas
consequências directas para alunos e promotores, em termos identitários.
Interrogo, finalmente, a correspondência entre os objectivos propostos e
alcançados pelos educadores, cientistas e educandos e a resposta social externa
em termos de mentalidades alteradas. The year 1888 saw the appearence of the Asilo-Escola António Feliciano de Castilho, thanks to the initiative of the Associação Promotora para o Ensino dos Cegos. The problem I'm talking about in this document is the education of the blind having in mind their autonomy in life. I selected this case study since it was the first to avoid an asylumoriented approach in Portugal. By presenting a philosophy of integration and using teaching techniques brought from the Haüy Institute in Paris through Dr. Sigaud, the promoters of this institution found a way of exercising power. They also benefited from support by the growing field of ophtalmological medicine, as well as the changing social and political environment of the portuguese society. The biggest of powers is the one that allows changing identities. According to that point of view, I raise a series of questions, concerning the way the building was planned, the connections with medical research in the field of vision and the techniques used for communicating with and teaching citizen-pupils. It is remarkable the way these citizen-pupils, totally able from a cognitive point of view, albeit disabled in one sense, managed to take the opportunity that was beeing given to them, and assured a growing sense of recovery and social integration, strong enough to last to the present. I question both the micro- and macro-questions associated with this project and their direct consequences to both pupils and promoters, in an identitary way. Finally, I question the correspondence between the proposed objectives and the effective results, reached by teachers, cientists and pupils alike, as well as the external social response, regarding a change in mentality. L'année 1888 a été crée l'Asilo-Escola António Feliciano de Castilho grâce à l'iniciative de l'Associação Promotora para o ensino dos Cegos. Le sujet que j'aborde est celui de l'éducation des aveugles en vue de leur autonomie, ayant choisi ce cas d'étude car il a été le premier projet au Portugal avec une abordage différente de celle des hospices. Avec une philosophie d'intégration, en utilisant les téchniques pedagogiques amenées par le Dr. Sigaud de l'Institut Haüy de Paris et grâce aux nouvelles connaissances en ophtalmologie e au nouveau environement social et politique au Portugal, les promoteurs de ce project ont trouvé dans ce champ d'intervention une opportunité d`exercer le pouvoir. Le plus grand des pouvoirs, celui de transformer des identités. C'est dans ce sens que j'aborde soigneusement plusieurs questions qui surviennent dès la préparation des instalations jusqu'à la liaison avec l'investigation médical ophtalmologique ainsi que les techniques de communication et enseignement à des élèves-citoyens. Privés de la vision mais ayant toutes leurs capacités cognitives, ils sont un exemple en ce qui concerne les théories developpées de recuperation et intégration social, surprennant dans la forme comme ils ont su s'associer et profiter de l'opportunité donnée assurant une croissance associative progressive jusqu'à la participation et autonomie qu'on peut constater actuellement. Je questionne les circonstances micro et macro de ce projet, ses consequences directes sur les élèves et les promoteurs en question d'identité. Pour términer je questionne aussi la correspondance entre les objectifs proposés et obtenus par les éducateurs, cientistes et élèves et la réponse sociale externe en ce qui concerne une altération des mentalités. |
Descrição: | Dissertação de mestrado, Ciências da Educação (Área de Especialização em História da Educação), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, 2007 |
URI: | http://hdl.handle.net/10451/41913 |
Designação: | Mestrado em Ciências da Educação |
Aparece nas colecções: | FPCE - Dissertações de Mestrado |
Ficheiros deste registo:
Ficheiro | Descrição | Tamanho | Formato | |
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