A mãe e o bebé : quando o bebé frequenta o infantário e quando está permanentemente com a mãe

Abstract

O presente trabalho procura esclarecer em que medida o percurso seguido pela criança, no primeiro ano de vida - estar apenas aos cuidados da mãe, ou frequentar o infantário - influencia o desenvolvimento psicomotor do bebé, a auto-estima materna e o afecto materno. Fizeram parte do estudo 39 crianças, com idades compreendidas entre os 9 e os 16 meses, divididas em dois grupos. O primeiro grupo é constituído por 20 bebés e foi recolhido em três infantários. O segundo, constituído por 19 bebés que sempre estiveram com as mães, foi recolhido através de contactos pessoais. Foram utilizados quatro instrumentos de recolha de informação: um questionário de dados sócio-demográficos, construído para a presente investigação; a Escala de Desenvolvimento Psicomotor da Primeira Infância, de Brunet e Lézine (1976); o Inventário da Auto-estima Materna, de Shea e Tronick (1988); e o Inventário do Afecto Materno, de Muller (1994). A amostra em estudo apresenta um desenvolvimento psicomotor dentro da média para a sua faixa etária, assim como resultados elevados para a auto-estima e o afecto matemos. Contudo, verifica-se a existência de diferenças significativas, entre os dois grupos, relativamente ao quociente de desenvolvimento da linguagem e ao afecto materno, sendo favorecidos os bebés que estão com as mães. Constata-se, ainda, no que diz respeito aos bebés, que os quocientes de desenvolvimento da linguagem e da coordenação óculo-motora se constituem como os melhores discriminadores dos dois grupos. Em relação às mães, o afecto materno, a capacidade de cuidar do bebé e os sentimentos respeitantes à gravidez, são as variáveis que melhor discriminam os dois grupos. Assim, este trabalho permitiu verificar que o percurso seguido pelas crianças avaliadas, no primeiro ano de vida, influencia quer o seu desenvolvimento, quer a intensidade da ligação entre mães e filhos, com benefício para as crianças que estão apenas aos cuidados das mães.

This work pretends to understand in what way the kind of trajectory that the child has on his first year of life - being only at the mother's care or attending a kindergarten - can influence the baby's psychomotor development, the maternal self-report and the maternal attachment. This study was made with thirty-nine children, aged nine to sixteen months, divided in two groups. The first group studied twenty babies of three different kindergartens. The second group studied nineteen babies who always stayed with their mothers and that were met through personal contacts. The study used four instruments to collect information: a social and demographic data questionnaire made for this work; the Brunet and Lézine Scale of Psychomotor Development (1976); Shea and Tronick's Maternal Self-report Inventory (1988) and Muller's Maternal Attachment Inventory (1994). The sample presents a psychomotor average development for their age, as well as high results for maternal self-report and for maternal attachment. However, it's possible to observe significant differences, between the two groups, in what concerns language development quotient and maternal attachment, with a great benefit for the children who are only with their mothers. Concerning the babies, we can certify that the language development and motor-ocular quotients are the best indicators for these two groups. Concerning the mothers, the maternal attachment, the baby's taking care capability and the feelings about pregnancy, are the indicators that best discriminate these two groups. Therefore, this work allowed verifying that the route followed by the studied children, on their first year of life, influences their development and the connection's intensity between mothers and children, with benefits to the children that are only with their mothers.