Auto-revelação do psicoterapeuta : estudo exploratório sobre 5 dimensões : conteúdo, momento, características do paciente, objectivo e forma

Abstract

Sem descurar a importância da matriz interpessoal, este estudo pretende verificar a influência das variáveis orientação teórica, grau de experiência e nacionalidade/ cultura na escolha e utilização dos critérios que orientam a utilização da auto-revelação. Com este objectivo, construiu-se um questionário para avaliar o que os terapeutas consideram mais útil na auto-revelação em psicoterapia individual com pacientes adultos. O questionário integra 5 dimensões da auto-revelação: conteúdo; momento; características do paciente; objectivo e forma. Paralelamente, desenvolveu-se uma versão do questionário referente à prática clínica, para verificar a consistência entre a utilidade percebida e a concretização na prática clínica. O estudo foi conduzido principalmente através de uma página de Internet, mas também teve uma versão em papel. Participaram 210 psicoterapeutas, com diferente nacionalidade (Portuguesa, Europeia e Americana), orientação teórica (Humanista/ Experiencial, Cognitiva/ Comportamental, Psicanalítica/ Psicodinâmica, Integrativa e Sistémica) e experiência clínica (Pouco experientes, Experientes e Muito Experientes). Os resultados evidenciam diferenças significativas em função da orientação teórica, nacionalidade e experiência clínica dos terapeutas. São discutidas implicações para a prática clínica e para a formação dos terapeutas.

While acknowledging the importance of the interpersonal nature of the process, the present study aims to explore the influence of therapist theoretical orientation, level of clinical experience, and nationality/culture in the selection and use of orienting criteria of self-disclosure. With these goals in mind, a questionnaire was developed to assess the perceived usefulness of self-disclosures by psychotherapists conducting individual therapy with adult patients. In particxilar, the questionnaire sought to determine what therapists would find useful to disclose, when, with which patients, for what goal and how. In parallel, a different form of the questionnaire was developed in order to assess the degree to which the participant-therapists actually utilized those self-disclosures in their clinical practice, allowing for the evaluation of the consistency between perceived usefulness and reported practices. The study was mainly conducted through a webpage, even though some Portuguese therapists responded on a paper-and-pencil format. The participants (N=210) differed in their nationality (Portuguese, European, American), theoretical orientation (Humanistic/ Experiential, Psychoanalytic/ Psychodynamic, Cognitive/ Behavioural, Integrative, Systemic), and clinical experience (Inexperienced, Experienced, Very Experienced). Results express significant differences as a function of theoretical orientation, nationality and clinical experience. Implications for clinical practice and therapist training will be discussed.