"A dança da vida" : a percepção de impacto da biodanza na perspectiva dos alunos e facilitadores

Abstract

Nesta investigação procurou-se compreender a percepção de impacto da Biodanza na perspectiva dos alunos e facilitadores, em específico, os fatores da metodologia que mais têm impacto para os praticantes; qual a percepção de impacto da prática a nível individual, relacional e social; e finalmente enquadrar a metodologia da Biodanza na tipologia de projetos descrita no modelo teórico das Dinâmicas da Reciprocidade. Esta prática é uma metodologia comunitária que conta com uma parca descrição na literatura científica em contexto nacional. Para tal, foi desenhado um estudo com metodologia qualitativa. Incluiu a realização de dois focus group, bem como 13 entrevistas semiestruturadas a 12 alunos e 10 facilitadores de Biodanza com experiência entre oito meses e 20 anos de prática regular. Relativamente aos participantes, 14 eram do sexo feminino e oito do sexo masculino, tendo entre 31 e 82 anos de idade. Para a análise dos dados foi utilizado o método de análise temática, com recurso ao software N-VIVO 12. Os resultados desta investigação destacam o papel positivo da prática da Biodanza no bem-estar, bem como no desenvolvimento de competências pessoais e interpessoais.Os resultados desta investigação sugerem que a Biodanza é uma prática criativa grupal em que o desenvolvimento pessoal e de competências relacionais são promovidas pela prática através criação de situações de interação entre praticantes. No que toca à percepção de impacto a nível pessoal, denota-se a Abertura para o Novo, Autoconhecimento, Autoestima, Autonomia e a Alegria de Viver. Em termos de desenvolvimento de competências relacionais são aspectos que são beneficiados com a prática de Biodanza e denota-se a Abertura para Interagir, a Comunicação de Limites, a criação de uma Rede de Suporte e o Reconhecimento de si no Outro. No que diz respeito à tipologia de programas em análise, foi possível perceber que a Biodanza assume características que estão associadas aos programas de Promoção no sentido em que promove o desenvolvimento e reconhecimento de competências que podem ajudar os indivíduos a superar os seus desafios, a desafiarem-se a novas situações, a fortalecerem a sua autoconfiança e capacidade de autonomia.

This investigation sought to understand the perception of the impact of Biodanza from the perspective of students and facilitators, specifically, the factors of the methodology that have the most impact on practitioners; what is the perceived impact of the practice at an individual, relational and social level; and finally to frame the methodology of Biodanza in the typology of projects described in the theoretical model of Dynamics of Reciprocity. To this end, a study with a qualitative methodology was designed, which included the realization of two focus groups, and 13 semi-structured interviews with 12 students and 10 Biodanza facilitators with experience between eight months and 20 years of regular practice. Regarding the participants, 14 were female and eight were male, aged between 31 and 82 years. For data analysis, the thematic analysis method was used, using the N-VIVO 12 software. The results of this investigation highlight the positive role of the practice of Biodanza in well-being, as well as in the development of personal and interpersonal skills. Regarding the perception of impact on a personal level, it denotes Openness to the New, Self-knowledge, Self-esteem, Autonomy and the Joy of Living. In terms of developing relational skills, these are aspects that benefit from the practice of Biodanza and it denotes the Openness to Interact, the Communication of Limits, the creation of a Support Network and the Recognition in the Other. With regard to the typology of programs under analysis, it was possible to perceive that Biodanza assumes characteristics that are associated with Promotion programs in the sense that it promotes the development and recognition of skills that can help individuals to overcome their challenges, to challenge to new situations, to strengthen their self-confidence and capacity for autonomy.