A relação entre a intenção de estar em teletrabalho e o burnout em trabalhadores do setor bancário : o papel mediador do conflito trabalho-família

Abstract

Devido à pandemia SARS COV-II, com a imposição obrigatória do teletrabalho, os bancários poderão ter visto nesta nova possibilidade de trabalho um recurso que foi ganho e que possibilita a existência de uma maior flexibilidade de horários, espaço, tempo, maior autonomia e menos exigências. Após a pandemia, o teletrabalho deixou de ter carácter obrigatório e deixou de ser uma opção para alguns trabalhadores. Assim, é importante verificar se este recurso (teletrabalho) é algo requerido por estes trabalhadores, por ser visto como um facilitador na diminuição dos níveis de stress laboral e se tal se explica pelo conflito trabalho-família. Em concreto, o estudo em questão, desenvolvido com 998 trabalhadores de um banco português, teve como objetivo principal a análise do papel mediador do conflito trabalho-família na relação entre a intenção de estar em teletrabalho e o burnout. Os resultados demonstram que a intenção dos bancários para estarem em teletrabalho relaciona-se positiva e significativamente com o burnout. Contudo, a relação entre a intenção de estar em teletrabalho e o conflito trabalho-família não foi significativa, não havendo, por isso, possibilidade de testar o efeito mediador desta variável. Por fim, são apresentadas as limitações do estudo, sugestões futuras e implicações práticas que o mesmo pode ter nas organizações.

Due to the SARS COV-II pandemic, with the mandatory imposition of teleworking, bank employees may have seen this new working possibility as a resource that was gained and that allows for greater flexibility of schedules, space, time, greater autonomy and fewer demands. After the pandemic, teleworking is no longer compulsory and is no longer an option for some workers. It is therefore important to check whether this resource (teleworking) is something that these workers require, as it is seen as a facilitator in reducing levels of work stress and whether this is explained by the work-family conflict. Specifically, the study in question, carried out with 998 workers from a Portuguese bank, had as its main objective the analysis of the mediating role of work-family conflict in the relationship between the intention to telework and burnout. The results show that bank employees' intention to telework is positively and significantly related to burnout. However, the relationship between the intention to telework and work-family conflict was not significant, so there was no possibility of testing the mediating effect of this variable. Finally, the study's limitations, future suggestions and practical implications for organizations are presented.