A evolução do teletrabalho como prática de gestão de pessoas depois da pandemia covid-19

Abstract

Como sabemos, a pandemia Covid-19 foi um evento que obrigou a uma adaptação sem precedentes, mudou a forma como vemos o mundo do trabalho, e impulsionou o interesse no teletrabalho como prática de gestão de pessoas. Com este estudo, pretende-se entender a forma como o teletrabalho evoluiu após a pandemia Covid-19 nas organizações portuguesas, bem como as implicações da sua adoção num contexto saudável e de normalidade. Através de uma abordagem metodológica qualitativa, as perceções e experiências com o trabalho remoto de vinte e uma organizações foram analisadas, com base em entrevistas semiestruturadas. O estabelecimento de uma evolução é possível devido ao caráter longitudinal do estudo, que recorre a dois momentos de recolha de dados, em 2021 (T1) e finais de 2022/início de 2023 (T2). Verificou-se que todas as organizações da amostra implementaram o trabalho remoto, tendo sido verificado um crescimento exponencial deste regime em relação à fase pré-pandémica. Mais especificamente, o modelo preferido foi o híbrido, com alguns dias de trabalho remoto e outros de trabalho presencial. Os resultados mostram as implicações que esta mudança teve nas reações dos colaboradores e num dos mais relevantes resultados do trabalho para as organizações: a produtividade.

As we know, the Covid-19 pandemic was an event that required an unprecedented adaptation, changed the way we view the world of work, and boosted interest in telecommuting as a people management practice. With this study, we aim to understand how telecommuting has evolved after the Covid-19 pandemic in Portuguese organizations, as well as the implications of its adoption in a healthy and normal context. Using a qualitative methodological approach, the perceptions and experiences with remote work in twenty-one organizations were analyzed through semi-structured interviews. The establishment of an evolution is possible due to the longitudinal nature of the study, which involves two data collection points, in 2021 (Time 1) and late 2022/early 2023 (Time 2). It was found that all the organizations in the sample implemented remote work, with an exponential growth in this arrangement compared to the pre-pandemic phase. More specifically, the preferred model was hybrid, involving some days of remote work and others of in-person work. The results highlight the implications of this change on employees' reactions and one of the most relevant outcomes of work for organizations: productivity.