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http://hdl.handle.net/10400.5/97925
Título: | Impacto da dieta vegetariana no risco cardiovascular, marcadores cardiometabólicos e composição corporal |
Autor: | Fontes, Tatiana Alexandra Sousa |
Orientador: | Pêgo, Cíntia Sofia Ferreira Cebola, Marisa Paula Duarte Fernandes de Andrade Baeta Guerreiro |
Palavras-chave: | Dieta vegetariana Dieta omnívora Risco cardiovascular Qualidade da dieta Composição corporal Perfil lipídico Teses de mestrado - 2024 |
Data de Defesa: | 9-Out-2024 |
Resumo: | Introdução: As doenças cardiovasculares são a principal causa global de mortalidade e um dos principais fatores para anos vividos com incapacidade. Sabe-se que a nutrição inadequada é responsável por cerca de 50% das mortes cardiovasculares. Sendo por isso crucial entender o papel que cada padrão alimentar pode desempenhar na prevenção destas doenças de modo a melhorar a qualidade de vida da população.
Objetivo: Comparar o risco de ocorrência de eventos cardiovasculares (fatais e não fatais) a 10 anos, assim como avaliar e comparar diferentes fatores de risco cardiovascular, em indivíduos adultos que seguem um padrão alimentar vegetariano e indivíduos adultos que seguem um padrão alimentar omnívoro. Metodologia: Estudo observacional transversal com 110 indivíduos adultos. Os participantes foram divididos consoante o seu padrão alimentar: Vegetarianos (VG), não consumiam carne e/ou peixe, mas podiam consumir ovos, lacticínios e mel; e Omnívoros (OM), que consumiam todos os tipos de alimentos. O risco cardiovascular foi calculado através do SCORE2, a composição corporal foi avaliada através da absorciometria de raios-X de dupla energia e os parâmetros bioquímicos foram obtidos através da recolha de sangue capilar. A qualidade da dieta foi calculada com o questionário de 14 itens de adesão à dieta mediterrânica (DM) para os indivíduos OM e o índice de dieta saudável de base vegetal para os indivíduos VG.
Resultados: Foram incluídos 110 indivíduos adultos (68,20% do sexo feminino com média de idade de 49,17 6,91 anos). Não foram encontradas diferenças significativas relativamente ao risco de eventos cardiovasculares a 10 anos entre os padrões alimentares (p = 0,334). No entanto, no que diz respeito à composição corporal, foi possível verificar que os homens VG apresentaram valores significativamente mais baixos de ALMI (VG: 7,43 0,80 Kg/m2 versus OM: 8,30 0,90 Kg/m2; p = 0,005). Por outro lado, relativamente aos parâmetros bioquímicos verificou-se que foram os participantes OM que apresentaram valores de colesterol total (OM: 199,00 52,00 mg/dL versus VG: 172,00 26,00 mg/dL; p = < 0,001), colesterol LDL (OM: 117,87 34,26 mg/dL versus VG: 99,85 22,54 mg/dL; p = 0,001) e colesterol não-HDL (OM: 138,00 56,00 mg/dL versus VG: 116,00 35,00 mg/dL; p = 0,004) mais elevados. Após analisar a qualidade da dieta, verificamos que a alta adesão à DM nos OM (OR = 0,861; p = 0,013) e a alta qualidade da dieta nos VG (OR = 0,590; p = 0,001) foram ambos fatores de proteção (41% e 13,9%, respetivamente) para um elevado risco cardiovascular. Ao reanalisar os dados apenas com indivíduos que apresentavam uma dieta VG ou OM de alta qualidade, verificaram-se diferenças significativas na composição corporal, tendo sido os indivíduos OM com alta adesão à DM quem apresentou valores de massa gorda (OM: 25,79% versus VG: 32,12%, p = 0,003) e de tecido adiposo visceral (OM: 338,76 cm3 versus VG: 609,04 cm3) mais reduzidos.Relativamente aos parâmetros bioquímicos foram os indivíduos VG com alta qualidade da dieta que apresentaram valores significativamente mais baixos de colesterol total (OM: 198,05 42,17 mg/dL versus VG: 173,48 16,80 mg/dL; p = 0,013). Nenhum outro resultado foi estatisticamente significativo.
Conclusão: No presente estudo concluímos que nem a dieta VG nem a dieta OM apresentaram maiores benefícios entre si, no que respeita ao risco cardiovascular. No entanto, as diferenças apresentadas por ambas as dietas apontam para a existência de diferentes benefícios entre si, com uma dieta VG de alta qualidade a apresentar melhores resultados relativamente ao perfil lipídico e uma dieta OM com alta adesão à DM a evidenciar maior potencial relativamente à composição corporal Introduction: Cardiovascular diseases are the leading cause of global mortality and one of the main contributors to years lived with disability. It is known that inadequate nutrition is responsible for about 50% of cardiovascular deaths. Therefore, it is crucial to understand the role that each dietary pattern can play in the prevention of these diseases in order to improve the quality of life of the population. Aim: To compare the 10-year risk of cardiovascular events (fatal and non-fatal), as well as to evaluate and compare different cardiovascular risk factors, in adults following a vegetarian dietary pattern and adults following an omnivorous dietary pattern. Methodology: This is a cross-sectional observational study involving 110 adult individuals. Participants were divided based on their dietary patterns: Vegetarians (VG), who did not consume meat and/or fish but could consume eggs, dairy products, and honey; and Omnivores (OM), who consumed all types of food. Cardiovascular risk was calculated using SCORE2, body composition was assessed through dual-energy X-ray absorptiometry, and biochemical parameters were obtained through capillary blood collection. Diet quality was assessed using the 14-item Mediterranean Diet Adherence Screener for OM individuals and the Plant-Based Diet Index for VG individuals. Results: 110 adult individuals (68.20% female, with a mean age of 49.17 ± 6.91 years) were included. No significant differences were found in the 10-year risk of cardiovascular events between the dietary patterns (p = 0.334). However, regarding body composition, VG men had significantly lower ALMI values (VG: 7.43 ± 0.80 Kg/m² versus OM: 8.30 ± 0.90 Kg/m²; p = 0.005). On the other hand, in terms of biochemical parameters, OM participants had higher total cholesterol (OM: 199.00 [52.00] mg/dL versus VG: 172.00 [26.00] mg/dL; p < 0.001), cLDL (OM: 117.87 ± 34.26 mg/dL versus VG: 99.85 ± 22.54 mg/dL; p = 0.001), and non-HDL cholesterol (OM: 138.00 [56.00] mg/dL versus VG: 116.00 [35.00] mg/dL; p = 0.004). Diet quality analysis revealed that high adherence to the Mediterranean diet among OM (OR = 0.861; p = 0.013) and high diet quality among VG (OR = 0.590; p = 0.001) were both protective factors (41% and 13.9%, respectively) for high cardiovascular risk. Upon reanalyzing the data, considering only individuals with high-quality VG or OM diets, significant differences in body composition were observed, with OM individuals with high adherence to the Mediterranean diet showing lower fat mass (OM: 25.79% versus VG: 32.12%, p = 0.003) and visceral adipose tissue (OM: 338.76 cm³ versus VG: 609.04 cm³). In terms of biochemical parameters, VG individuals with high-quality diets had significantly lower total cholesterol levels (OM: 198.05 ± 42.17 mg/dL versus VG: 173.48 ± 16.80 mg/dL; p = 0.013). No other results were statistically significant.Conclusion: In the present study, we concluded that neither the VG diet nor the OM diet demonstrated greater benefits over the other in terms of cardiovascular risk. However, the differences presented by both diets suggest the existence of distinct benefits. A high-quality VG diet showed better results regarding the lipid profile, while an OM diet with high adherence to the Mediterranean diet indicated a greater potential concerning body composition. |
Descrição: | Tese de mestrado, Nutrição clínica, Universidade de Lisboa, Faculdade de Medicina, 2024 |
URI: | http://hdl.handle.net/10400.5/97925 |
Designação: | Mestrado em Nutrição Clínica |
Aparece nas colecções: | FM - Dissertações de Mestrado |
Ficheiros deste registo:
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