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http://hdl.handle.net/10400.5/97915
Título: | O ensino da economia internacional no ISEG : uma digressão histórica |
Autor: | Mendonça, António |
Palavras-chave: | História do ensino Ensino superior Comércio Economia internacional Aula do Comércio ISEG |
Data: | 1992 |
Editora: | CISEP |
Citação: | Mendonça, António .(1992). “O ensino da economia internacional no ISEG : uma digressão histórica”, Actas do Encontro Ibérico sobre história do pensamento económico, José Luis Cardoso e António Almodovar (Coord.) CISEP, 1992 |
Resumo: | As origens do que é hoje o Instituto Superior de Economia e Gestão remontam, como é sabido à Aula do Comércio, criada por decreto régio de 1759 e não será de todo errado dizer que começa precisamente aí o ensino sob forma de curso das matérias que se relacionam com o que é hoje designado por Economia Internacional. O século XVIII é como se sabe, um século de intensa actividade mercantil internacional, entre a Europa e a América, entre a Europa e o Oriente, ou dentro da própria Europa, actividade esta em que à partida, Portugal deveria ter um papel importante a desempenhar dada a sua posição geográfica, a sua História e, na situação particular da época, dadas as relações privilegiadas que mantinha com a potência emergente que era então o Brasil. Em Portugal, nos actos do Ministro Marquês de Pombal, manifestavam-se as ideias mercantilistas, através da defesa do principio do comércio externo como veículo fundamental da acumulação de riqueza, da constituição das companhias monopolistas para a sua exploração, da criação de vários estabelecimentos fabris. A escola pombalina terá sido, no séc. XVIII, e no panorama internacional da época, uma das primeiras a ser criada e, de entre estas era das poucas onde se estabeleceu um ensino que expressa e exclusivamente, visava a preparação de quadros para as profissões comerciais e, talvez a primeira a que pode aplicar-se a designação do estabelecimento oficial de ensino. A Aula do Comércio destinava-se a ser o suporte natural do desenvolvimento do comércio e da indústria que a mentalidade mercantilista do Marquês de Pombal pretendia impulsionar ao nosso País, à semelhança do que havia ocorrido lá por fora, particularmente na nossa velha aliada Inglaterra. A primeira aula é dada em 1 de Setembro de 1759 e os cursos começam por ter a duração de 3 anos. Se a criação da Aula do Comércio está ligada a necessidade de ir de encontro ao dinamismo do comércio internacional no séc. XVIII, a sua extinção também não deixa de estar ligada à diminuição do comércio português que resultou da abertura dos portos brasileiros em resultado das invasões francesas, da ida da família real para o Brasil, e posteriormente da independência desta colónia em 1822. A ideia do comércio e, particularmente, a de comércio internacional, como factor determinante do desenvolvimento económico, continua a estar presente na criação do Instituto Superior do Comércio , o verdadeiro antecessor do actual ISEG, em 23 de maio de 1911 por decreto do então governo provisório. O estudo da economia internacional, ou em sentido mais amplo, das relações económicas internacionais, aparecia subordinado ao comércio entre as nações, sobre a forma de estudo das economias nacionais, as suas legislações, das formalidades aduaneiras e das convenções ou tratados de comércio internacionais. A 1ª Guerra mundial veio, como se sabe abalar a ordem das relações económicas até então vigente. Entre 1911, data da criação do Instituto Superior do Comércio, data em que se assistiu a uma profunda reforma dos cursos até então existentes que abriria a escola do ensino moderno das Ciências Económicas, há a assinalar, no ano de 1931, a criação da Universidade Técnica de Lisboa, a partir da associação de três escolas. Instituto Superior de Agronomia, Instituto Superior Técnico e Instituto Superior do Comércio, passando a designar-se Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (ISCEF). Em 1967, por decreto 47966 de 7 de Outubro dá-se a restruturação, e são introduzidas algumas alterações pontuais. No que diz respeito ao Curso de Economia registe-se mudança de nome da cadeira, do 4º ano, de Economia e Legislação Industriais para Economia IV, a criação, respectivamente no 4 e 5º anos, de duas cadeiras de Politica Económica (I e II), no lugar das anteriores disciplinas de Política Económica Internacional e Economia dos Transportes, a introdução de uma cadeira de Economia Portuguesa em substituição da de Economia e Administração Coloniais, ainda no 5º ano, procedeu-se ao desdobramento e alargamento de âmbito das disciplinas de História dos Factos e das Doutrinas Ecnómicas e Sociais e por outro, um curso semestral de Hsitória Económica e Social, suprimido-se em contrapartida o Curso de Direito Internacional Privado. Do final dos anos 60 até ao 25 de Abril de 1974 vive-se um período de grande instabilidade académica, consequência directa do ambiente politico geral que se vivia no pais. São introduzidas diversas alterações curriculares que procuravam ir ao encontro às reinvidicações estudantis e à necessidade de adaptar o às exigências da nova realidade económica e social. Quanto à reforma de Veiga Simão não iria ter tempo de se impor verdadeiramente dada a eclosão do 25 de Abril de 1974. Sem pretensões de balanço da situação pós 25 de Abril é de sublinhar a explosão do interesse pelas questões da economia internacional, traduzido na multiplicidade dos seus ângulos de abordagem pelas diversas disciplinas referidas. |
URI: | http://hdl.handle.net/10400.5/97915 |
Aparece nas colecções: | CISEP - Comunicações em Actas de Conferência / Conference Documents |
Ficheiros deste registo:
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