A inteligência emocional e a fadiga por compaixão : o papel moderador do suporte organizacional percebido

Abstract

A compreensão do fenómeno de fadiga por compaixão, em especial dos seus fatores protetores, é de extrema relevância para os profissionais e Organizações. Neste sentido, o presente estudo teve como principal objetivo analisar a relação entre a inteligência emocional e as experiências de fadiga por compaixão. O modelo teórico proposto sugere a compreensão dessa relação através do papel moderador do suporte organizacional percebido. De forma a testar este modelo, recolheu-se uma amostra de 124 profissionais das várias categorias profissionais de interesse para o estudo. Os resultados evidenciam um efeito direto e negativo da inteligência emocional nos níveis de fadiga por compaixão, no entanto este efeito não mostrou ser condicionado pelos níveis de suporte organizacional percebido. Apesar de não revelar um papel moderador, o suporte organizacional percebido demonstrou um efeito direto e negativo na fadiga por compaixão. Estes resultados contribuem para a literatura, na medida em que expandem o conhecimento acerca da fadiga por compaixão, especificamente dos recursos disponíveis para evitar os seus sintomas, seguindo os pressupostos do modelo Job Demands-Control de Karasek (JD-C; 1979). São igualmente apresentadas implicações práticas, assim como limitações e sugestões de estudos futuros neste contexto.

Understanding the phenomenon of compassion fatigue, especially its protective factors, is extremely important for professionals and Organizations. Having this in mind, the main aim of this study was to analyze the relationship between emotional intelligence and experiences of compassion fatigue. The proposed theoretical model suggests understanding this relationship through the moderating role of perceived organizational support. In order to test this model, a sample of 124 professionals from the various professional categories of interest to the study was collected. The results show a direct and negative effect of emotional intelligence on compassion fatigue, but this effect has not been shown to be conditioned by levels of perceived organizational support. Despite not revealing a moderating role, perceived organizational support showed a direct and negative effect on compassion fatigue. These results contribute to the literature in that they expand knowledge about compassion fatigue, specifically the resources available to avoid its symptoms, following the assumptions of Karasek's Job Demands-Control model (JD-C; 1979). Practical implications are also presented, as well as limitations and suggestions for future studies in this context.