Utilize este identificador para referenciar este registo:
http://hdl.handle.net/10400.5/97033
Título: | Risk factor management in a community-based cardiac rehabilitation program : what still needs to be done? |
Autor: | Salgueiro, Diogo Rafael Lopes |
Orientador: | Pinto, Maria Rita da Silva Alexandre Guerreiro, Catarina Sousa |
Palavras-chave: | Doença arterial coronária Comportamento sedentário Reabilitação cardíaca Composição corporal Gestão de fatores de risco Colesterol Teses de mestrado - 2024 |
Data de Defesa: | 2024 |
Resumo: | A reabilitação cardíaca (RC) é uma intervenção multidisciplinar concebida para reduzir o risco cardiovascular (CV) através da promoção de um estilo de vida ativo e da gestão dos fatores de risco. Depois de completar um programa de RC de fase II, é importante manter o controlo dos fatores de risco CV a longo prazo. No entanto, muitos doentes CV não atingem, a longo prazo, as metas propostas pelas recomendações europeias. Portanto, é relevante entender quais os fatores de risco que não estão a ser devidamente controlados de modo a que seja possível personalizar e melhorar a eficácia de programas comunitários de RC de longo prazo.
Este estudo observacional foi desenhado para caracterizar os fatores de risco CV modificáveis, incluindo o perfil lipídico, a composição corporal, a atividade física e o CS de pessoas com doença arterial coronária (DAC) admitidos no programa RC realizado no Centro de Reabilitação Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CRECUL). Foram realizadas uma análise transversal no momento de entrada no programa de RC e uma análise longitudinal passados 12 meses após a entrada no programa de RC.
Os doentes foram avaliados no início do estudo e, posteriormente, anualmente, realizando avaliações com o objetivo de definir a prevalência de fatores de risco CV e avaliar a composição corporal (peso e índice de massa corporal (IMC), atividade física (atividade física de intensidade moderada a vigorosa (AFMV), média da AFMV e tempo sedentário (TS)) e perfil lipídico (colesterol total, colesterol de lipoproteína de alta densidade (LDL), colesterol de lipoproteína de baixa densidade (HDL), colesterol de lipoproteína de não alta (não-HDL) densidade e triglicéridos (TG)).
A composição corporal foi avaliada através de uma densitometria raio-x de dupla energia, com o objetivo de avaliar o peso corporal e massa gorda. Em relação ao IMC, este foi classificado da seguinte forma: IMC ≥ 30.0 𝑘𝑔/𝑚2 para obesidade e IMC entre 25.0 e 30.0 𝑘𝑔/𝑚2 para excesso de peso. O padrão de atividade física e o CS foram avaliados objetivamente através do uso de um acelerómetro. A classificação de pessoa fisicamente inativa foi considerada sempre que fossem praticados menos de 150 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana ou 75 minutos de atividade física aeróbica de intensidade vigorosa por semana ou uma combinação equivalente de ambas as intensidades e foi considerada uma pessoa sedentária quem tivesse um TS > 7,5 horas/dia. O perfil lipídico foi obtido a partir de análises ao sangue, sendo considerados níveis de colesterol LDL não controlados para um valor de colesterol LDL > 55 mg/dL.
A amostra foi composta por 96 pessoas com DAC antes de entrar num programa comunitário de RC de fase III (61.8 ± 9.7 anos, 12.5% do sexo feminino), em que 89.6% participaram num programa anterior de RC de fase II. Diferenças estatísticas foram observadas na prevalência de dislipidemia sendo maior em doentes que não realizaram um programa de RC de fase II (p < 0.050).
No início do programa de RC fase III, 53.1% dos doentes estavam diagnosticados com hipertensão, 20.8% com diabetes mellitus e 55.2% com dislipidemia. O fator de risco mais prevalente foi o CS (100.0%), seguido dos valores altos apresentados do colesterol LDL (72.9%). O valor médio do IMC foi de 27.4 ± 4.3 kg/m2, sendo a maioria dos doentes classificados com excesso de peso (40.6%) ou obesidade (20.8%). A média da AFMV foi de 334.5 ± 177.2 min/semana. Apenas 11.5% foram considerados fisicamente inativos, contudo todos os pacientes foram considerados sedentários. Após uma intervenção de 12 meses (n = 31, 9.7% do sexo feminino, idade média de 63.8 ± 8.1 anos), os níveis de colesterol LDL foram mantidos acima das metas (linha de base: 69.5 ± 23.8 mg/dL e acompanhamento: 64.8 ± 14.8 mg /dL, p = 0.230), o IMC não se alterou (linha de base: 27.0 ± 3.1 kg/m2 e acompanhamento: 27.3 ± 3.2 kg/m2, p = 0.132) e o CS permaneceu alto (linha de base: 11.5 ± 2.6 horas/dia e acompanhamento: 11.9 ± 2.9 horas/dia, p = 0.845). Embora a AFMV tenha diminuído (linha de base: 309.4 ± 157.8 min/semana e acompanhamento: 274.8 ± 165.6 min/semana, p = 0.224), os participantes ainda estavam no alvo, entre 150 e 300 min de AFMV por semana.
Em conclusão, os resultados desta pesquisa revelaram que a grande maioria das pessoas com DAC que entraram e participaram durante 12 meses num programa de RC de fase III não apresentavam uma composição corporal, níveis de colesterol LDL ou CS ideais. A atividade física foi o fator de risco CV mais bem controlado.
Para concluir, este estudo destaca a importância da otimização de estratégias para melhorar o controlo dos fatores de risco CV. Futuras estratégias devem ser implementadas para melhor controlo do colesterol LDL, da composição corporal e do CS. Cardiac rehabilitation (CR) is a multidisciplinary intervention designed to reduce cardiovascular (CV) risk through an active lifestyle promotion and risk factor management. After completing a phase II CR program, it is important to maintain long-term CV risk factor control. However, many patients do not achieve the guidelines targets on a long-term basis. Therefore, it is of interest to understand which risk factors are not being well controlled to personalize and improve the efficacy of long-term community-based CR programs. This observational study was designed to characterize the modifiable CV risk factors, including lipid profile, body composition, physical activity, and sedentary behavior (SB) of coronary artery disease (CAD) patients admitted in the CR program at Centro de Reabilitação Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CRECUL). A cross-sectional analysis was performed upon entry into the CR program and a longitudinal analysis was performed after 1-year entry into the CR program. Patients were evaluated at baseline, and annually thereafter, performing assessments to define CV risk factor prevalence and evaluate body composition (weight and body mass index (BMI), physical activity (moderate-to-vigorous intensity physical activity (MVPA), average MVPA and sedentary time (ST)) and lipid profile (total cholesterol (total-c), high-density lipoprotein (HDL) cholesterol, low-density lipoprotein (LDL) cholesterol, non-high-density lipoprotein (non-HDL) cholesterol and triglycerides (TG)). Body composition was evaluated using dual energy X-ray absorptiometry (DXA), with the aim of assessing body weight and fat mass. Regarding BMI, it was classified as follows: BMI ≥ 30.0 𝑘𝑔/𝑚2 for obesity and BMI between 25.0 and 30.0 𝑘𝑔/𝑚2 for overweight. Physical activity pattern and SB were objectively assessed using an accelerometer. The classification of physically inactive person was considered whenever less than 150 min/week of moderate-intensity physical activity (MPA) or 75 min/week of aerobic vigorous-intensity physical activity (VPA) or an equivalent combination of both intensities were practiced, and a sedentary person was considered to have a TS > 7.5 hours/day. The lipid profile was obtained from blood tests, considering uncontrolled LDL cholesterol levels for an LDL cholesterol value > 55 mg/dL. The sample was composed by 96 CAD patients before entering a phase III community-based CR program (61.8 ± 9.7 years old, 12.5% female), in which 89.6% attended in a previous phase II CR program. Statistical differences were observed in dyslipidaemia prevalence being higher in patients that did not performed a phase II CR program (p < 0.050). At the beginning of the phase III CR program, 53.1% of the patients were hypertensive, 20.8% had diabetes mellitus (DM) and 55.2% were dyslipidaemic patients. The most prevalent risk factor was SB (100.0%), followed by high values of LDL cholesterol (72.9%). Mean BMI was 27.4 ± 4.3 kg/m2, with most patients classified as overweight (40.6%) or obese (20.8%). Mean MVPA was 334.5 ± 177.2 min/week. Only 11.5% was considered physically inactive, however, all patients were considered sedentary. After a 12-month intervention (n = 31, 9.7% female, mean age 63.8 ± 8.1 years old), LDL cholesterol levels were kept above the targets (Baseline: 69.5 ± 23.8 mg/dL and follow-up: 64.8 ± 14.8 mg/dL, p = 0.230), BMI did not change (Baseline: 27.0 ± 3.1 kg/m2 and follow-up: 27.3 ± 3.2 kg/m2, p = 0.132) and SB remained high (Baseline: 11.5 ± 2.6 hours/day and follow-up: 11.9 ± 2.9 hours/day, p = 0.845). Although, MVPA decreased (Baseline: 309.4 ± 157.8 mins/week and follow-up: 274.8 ± 165.6 mins/week, p = 0.224), participants were still on target, between 150 to 300 mins MVPA week. In conclusion, the results of this research revealed that most people with CAD who entered and participated for 1 year in a phase III CR program did not have an ideal body composition, LDL cholesterol, and SB levels. Physical activity was the best controlled CV risk factor. To complete, this study highlights the importance of optimizing strategies to improve CV risk factors management. Future strategies should be implemented to better control LDL cholesterol, body composition and SB. |
Descrição: | Tese de mestrado, Reabilitação Cardiovascular, Universidade de Lisboa, Faculdade de Medicina, 2024 |
URI: | http://hdl.handle.net/10400.5/97033 |
Designação: | Mestrado em Reabilitação Cardiovascular |
Aparece nas colecções: | FM - Dissertações de Mestrado |
Ficheiros deste registo:
Ficheiro | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
13180_Tese.pdf | 1,88 MB | Adobe PDF | Ver/Abrir |
Todos os registos no repositório estão protegidos por leis de copyright, com todos os direitos reservados.