A idade na relação entre exigências de trabalho e conflito trabalho-família : contexto presencial e teletrabalho

Abstract

O presente estudo teve como principal objetivo analisar a relação entre as exigências de trabalho e o conflito trabalho-família (CTF), tendo como variável moderadora a idade, esperando-se uma relação mais forte no estádio de vida da Adultez, por comparação com Adultez Emergente e Adultez Avançada. Tendo em conta o contexto pandémico que se viveu, em que o teletrabalho se tornou numa nova realidade, esperava-se que esta moderação pela idade fosse mais forte em contexto de teletrabalho por comparação com o presencial. A amostra do estudo contou com 1031 respostas de indivíduos de uma empresa em Espanha. Como seria de esperar, existiu uma relação positiva entre exigências de trabalho e CTF, contudo, os resultados não mostraram uma moderação desta relação pela idade – quer em contexto presencial, quer em teletrabalho. No contexto destes resultados, é discutida a conjuntura da Covid-19 como possível explicação, tendo em conta o seu impacto social, económico e na saúde física e mental dos colaboradores. Por fim destaca-se o importante papel dos profissionais de Recursos Humanos neste contexto e as implicações que os efeitos deste estudo podem ter nas práticas organizacionais. São também apresentadas sugestões para estudos futuros e lacunas a combater.

The aim of the present study was to analyse the relationship between job demands and work-family conflict (WFC), having age as a moderator variable, with a stronger relationship expected in the Middle Adulthood life stage when comparing with Early Adulthood and Late Adulthood. In view of the pandemic context in which teleworking became a new reality, it was expected that the age moderation would be stronger in the context of teleworking compared to face-to-face working. The sample of the study had 1031 responses from individuals from a company in Spain. As expected, there was a positive relationship between job demands and WFC, but the results have not shown a moderation of this relationship by age – either in face-to-face work or teleworking. In the context of these results, the situation of Covid-19 is discussed as a possible explanation, taking into account its social, economic and physical and mental health impacts. Finally, the important role of Human Resources professionals in this context is highlighted and also the implications that the effects of this study may have on organizational practices. Suggestions and gaps to be addressed are also presented for future studies.