Desenho como ferramenta conceptual na arquitetura

Abstract

O desenho é uma ferramenta que permite ao arquiteto retratar a realidade à sua volta, transformá-la ou criar outra realidade com características distintas. A presente dissertação procura clarificar como foi e como continua a ser fundamental, a prática do desenho no âmbito da disciplina arquitetónica. O ato de desenhar possibilita ao arquiteto expressar os seus sentimentos, refletir as suas ideias e comunicar através do mesmo. O desenho proporciona uma experiência física e mental insubstituível, não existe nada mais genuíno do qua a espontaneidade do gesto da mão, da mente e do pensamento direto. A simbiose do movimento corporal com a atividade cerebral, leva o criador a projetar ideias puras diretamente para o papel. Através dos gestos da mão e da ferramenta gráfica, através da expressão espontânea, o arquiteto marca linhas e pontos que no seu conjunto evocam uma ideia arquitetónica; é através destas marcas, denominadas de esboços que se dá início a um projeto de arquitetura. Os desenhos não só dão início ao projeto, como também o acompanham e possibilitam o seu desenvolvimento. Durante este processo complexo, os desenhos transformam-se. Perante cada fase do projeto, os registos gráficos variam quanto à sua expressão de acordo com as necessidades e as condicionantes. A ideia e a essência arquitetónica manifestam-se nos primeiros esboços, à medida que os mesmos se vão desenvolvendo, após um longo percurso transformam-se em registos gráficos mais rigorosos, nos quais as ideias se apresentam sólidas e resolvidas. Estes registos são os desenhos de execução, representam as normas e as regras de um código gráfico definido, os mesmos contêm uma quantidade vasta de informações que, possibilitam a futura existência do objeto arquitetónico.

Drawing is a tool that allows the architect to portray the reality around him, transform it or create another reality with different characteristics. This dissertation seeks to clarify how the practice of drawing was and how it continues to be fundamental in the scope of the architectural discipline. The act of drawing allows the architect to express his feelings, reflect his ideas and communicate through it. Drawing provides an irreplaceable physical and mental experience. There is nothing more genuine than the spontaneity of the gesture of the hand, mind and direct thinking. Body movement linked to brain activity allows the creator to project pure ideas directly onto paper. Through the gestures of the hand and the graphic tool, through spontaneous expression, the architect marks lines and points that as a whole evoke an architectural idea, it is through these marks, called sketches, that an architectural project begins. The drawings not only initiate the project, but also accompany it and enable its development. During this complex process, the drawings are transformed; before each phase of the project, the graphic records vary in terms of their expression according to the needs and conditions. The idea and the architectural essence are manifested in the first sketches, as they develop, after a long journey they become more rigorous graphic records, in which the ideas are solid and resolved. These records are the execution drawings, they represent the norms and rules of a defined graphic code, they contain a vast amount of information that makes possible the future existence of the architectural object.