Ageing in Place: O Contributo das Respostas Sociais de Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário

Abstract

O envelhecimento da população é um marco significativo na sociedade contemporânea. No entanto, se por um lado decorre da melhoria das condições sociais e de saúde, por outro, imprime desafios para os Estados e comunidades. O aumento do número de pessoas com patologias, vulnerabilidade e dependência, bem como a heterogeneidade à medida que a idade avança, desafia as respostas sociais dirigidas às pessoas mais velhas. Acresce ainda o desejo das pessoas em envelhecer em casa e na comunidade, preservando os laços, memórias e vínculos, tal como preconiza o conceito de ageing in place. Neste enquadramento, sobressaem as respostas sociais de centro de dia e serviço de apoio domiciliário, passíveis de evitar a institucionalização não desejada. Esta pesquisa teve como objetivo analisar o contributo de respostas sociais de Serviço de Apoio Domiciliário e Centro de Dia para a promoção do Ageing in Place, na perspetiva de utilizadores com 65 e mais anos. Através de uma metodologia qualitativa, foram realizadas entrevistas semiestruturadas aplicadas a pessoas mais velhas que frequentam estes dois tipos de resposta numa instituição. Concluiu-se que os entrevistados consideram que ambas as respostas sociais permitem às pessoas mais velhas evitar a institucionalização, satisfazer as suas necessidades básicas e até de socialização e interação, possibilitando que as pessoas continuem a realizar as suas vidas sem ter que estarem integradas numa estrutura residencial com rotinas e imposições próprias das instituições. No entanto, reconhecem a necessidade de efetuarem adaptações nas habitações, a melhoria de serviços e dinamização de mais atividades.

Population ageing is a significant milestone in contemporary society. However, if on the one hand it is the result of improved social and health conditions, on the other it poses challenges for states and communities. The increase in the number of people with pathologies, vulnerability and dependency, as well as heterogeneity as age progresses, challenges social responses aimed at older people. In addition, people want to grow old at home and in the community, preserving ties, memories and bonds, as advocated by the concept of ageing in place. In this context, the social responses of day centres and home support services stand out, as they can prevent unwanted institutionalisation. The aim of this research was to analyse the contribution of home care and day care services to promoting Ageing in Place, from the perspective of users aged 65 and over. Using a qualitative methodology, semi-structured interviews were carried out with older people who attend these two types of centre in an institution. It was concluded that the interviewees consider that both social responses allow older people to avoid institutionalisation, to satisfy their basic needs and even those of socialisation and interaction, enabling people to continue to lead their lives without having to be integrated into a residential structure with pro-active routines and impositions.