A Síndrome da Fibromialgia: um estudo sobre a gestão do quotidiano de pacientes em idade ativa

Abstract

A síndrome da fibromialgia consiste num distúrbio crónico reumatológico, caracterizado pela disseminação generalizada de dor crónica musculoesquelética, sendo a doença reumatológica mais elevada do sexo feminino em Portugal. É considerada uma síndrome por englobar uma série de manifestações clínicas, como dor crónica, fadiga excessiva, distúrbio do sono, disfunção cognitiva, interferindo, dessa forma, na vida profissional, familiar e social. Esta pesquisa teve como objetivo analisar o impacto da doença na gestão do quotidiano de pacientes em idade ativa, verificando os desafios e recursos utilizados para atingir um maior bem-estar. Realizou-se um inquérito por entrevista semiestrnturada a 6 mulheres, na faixa­etária de 20 a 60 anos. Através dos resultados das entrevistas, concluiu-se que a síndrome da fibromialgia teve grandes impactos negativos na vida pessoal, laboral, familiar e social dessas mulheres. Na perceção das entrevistadas, o uso da medicação é essencial para o controlo dos sintomas, mas não suficiente, evidenciando-se a importância de tratamentos não farmacológicos, como atividades físicas e outras terapias alternativas. A necessidade de redução da carga de trabalho que, por sua vez, impactou os rendimentos financeiros, somado à falta de apoios sociais, pode comprometer o tratamento adequado da doença e gestão da sintomatologia.

Fibromyalgia syndrome is a chronic rheumatologic disorder, characterized by widespread dissemination of chronic musculoskeletal pain, being the highest female rheumatologic disease in Portugal. It is considered a syndrome because it encampasses a series of clinica! manifestations, such as chronic pain, excessive fatigue, sleep disturbance, cognitive dysfunction, thus interfering with professional, family and social life. This research aimed to analyze the impact of the disease on the daily management of patients of working age, verifying the challenges and resources used to achieve greater well-being. A semi-structured interview survey was carried out with 6 women, aged between 20 and 60 years. Through the results of the interviews, it was concluded that the fibromyalgia syndrome had great negatives impacts in personal, work, family and social life of these women. ln the perception of the interviewees, the use of medication is essential to control symptoms, but it is not sufficient, highlighting the importance of non-pharmacological treatments, such as physical activities and other altemative therapies. The need to reduce the workload, which, in tum, impacted financial income, added to the lack of social support, may have compromised the proper treatment of the disease and management of sympton'ls.