Regimes laborais e os impactos na satisfação com o trabalho, no envolvimento e nas taxas de rotatividade

Abstract

Considerado o elevado nível de rotatividade em algumas empresas e os custos substanciais que ela acarreta, o principal objetivo deste estudo é entender se o regime laboral experienciado – presencial, híbrido ou remoto – poderia fazer oscilar a intenção de saída da organização, tendo em conta fatores importantes como a envolvimento e a satisfação com o trabalho. O método utilizado para recolha de dados foi o inquérito por questionário, através do qual foi possível obter um total de 178 respostas. Com base na análise às respostas do questionário foi possível concluir que, a única hipótese que foi validada admite que colaboradores mais satisfeitos tendem a permanecer na organização sendo, desta forma, a satisfação a principal variável explicativa da intenção de permanecer na empresa. Todas as restantes hipóteses foram refutadas, o que demonstra que, de forma geral, o regime laboral não impacta a intenção de saída da organização e o envolvimento não se constitui como um mediador significativo nesta relação. O presente estudo não possui evidência estatística de que o regime laboral influencie a intenção de saída, tendo em conta os mediadores satisfação e envolvimento. A única evidência do estudo corresponde ao efeito positivo da satisfação na intenção de saída, isto é, mais satisfação, maior permanência. Deste modo, a pesquisa sugere que as organizações priorizem a satisfação dos colaboradores, pois contribui para reduzir a rotatividade, melhorando assim o sucesso organizacional. Em termos de contributo desta dissertação, poderá referir-se o facto da mesma distinguir o teletrabalho do regime híbrido. Para além disso, existem poucas pesquisas que estudem a relação entre os regimes laborais com a intenção de saída, o que poderá ser considerado como uma inovação.

Given the high turnover rate in some companies and the substantial costs it entails, the main objective of this study is to understand whether the work arrangement experienced – on-site, hybrid or remote – could increase or decrease the intention to leave the organization, considering important factors such as work engagement and job satisfaction. The method used for data collection was a questionnaire survey, through which it was possible to obtain a total of 178 responses. Based on the analysis of the questionnaire responses, it was possible to conclude that the only hypothesis that was validated admits that more satisfied employees tend to remain in the organization, thus making satisfaction the main explanatory variable of the intention to remain in the organization, that is, in practical terms, more satisfied employees are employees with a greater intention to remain in the organization. All other hypotheses were rejected, which demonstrates that, in general, the work arrangement does not impact the intention to leave the organization and engagement does not constitute a significant mediator in this relationship. The present study does not have statistical evidence that the work arrangement influences the intention to leave, considering the mediators satisfaction and engagement. The only evidence from the study corresponds to the positive effect of satisfaction on the intention to leave, that is, more satisfaction, greater retention. Thus, the research suggests that organizations should prioritize employee satisfaction, as it helps reduce turnover, thereby improving organizational success. In terms of the contribution of this dissertation, it can be mentioned that it distinguishes remote work from the hybrid arrangement are few. Furthermore, there is a lack of research examining the relationship between work arrangements and the intention to leave, which may be considered an innovation.