O impacto das redes sociais na intenção de voto das gerações X e Z: uma comparação geracional

Abstract

A presente dissertação analisa o impacto das redes sociais na intenção de voto das Gerações X e Z no contexto político português recente, marcado por um aumento da volatilidade eleitoral, campanhas digitais intensificadas e fenómenos como a desinformação. Com base numa abordagem metodológica mista, combinando um inquérito por questionário com 271 respostas válidas e dois focus groups segmentados por geração, investigaram-se quatro dimensões principais: as plataformas digitais mais influentes, os grupos de influência predominantes, o viés de confirmação e a propensão para acreditar em fake news. Os resultados mostram diferenças geracionais significativas. A Geração X revelou maior influência por plataformas como o Facebook e o WhatsApp, enquanto a Geração Z demonstrou preferência pelo Instagram, ainda que o TikTok não tenha apresentado diferenças estatisticamente significativas. Contrariando as hipóteses iniciais, a Geração Z mostrou maior tendência para acreditar em fake news, apesar de apresentar níveis mais elevados de literacia digital, enquanto a Geração X apresentou maior viés de confirmação. Ambas as gerações demonstraram desconfiança em relação aos meios de comunicação tradicionais, especialmente em contextos polarizadores. Este estudo contribui para o entendimento das dinâmicas geracionais no consumo de informação política digital, oferecendo insights relevantes para profissionais de marketing político e organizações que promovem a literacia mediática. Ao destacar as diferenças e semelhanças no comportamento político digital entre duas gerações distintas, a investigação permite uma reflexão crítica sobre o papel das redes sociais na formação da opinião pública.

This dissertation examines the impact of social media on voting intentions among Generations X and Z within the contemporary Portuguese political landscape, which has been increasingly characterized by electoral volatility, the proliferation of digital campaigns, and the spread of misinformation. Employing a mixed-methods approach, consisting of a structured questionnaire (271 valid responses) and two generational focus groups, the study investigates four central dimensions: the most influential digital platforms, dominant influence groups, confirmation bias, and susceptibility to fake news. Findings reveal notable generational differences. Generation X is more influenced by platforms such as Facebook and WhatsApp, while Generation Z prefers Instagram, although TikTok did not present statistically significant differences between cohorts. Unexpectedly, Generation Z displayed a higher tendency to believe in fake news despite exhibiting greater levels of digital literacy, whereas Generation X showed higher levels of confirmation bias. Both generations expressed a shared distrust toward traditional media outlets, particularly in polarized political contexts. This research offers a valuable contribution to the understanding of generational dynamics in digital political engagement, providing practical insights for political marketers, politicians, and media literacy advocates. By contrasting the behaviors and attitudes of two distinct age groups, the study fosters a deeper reflection on the evolving role of social media in shaping political opinions.