Papel da medicina nuclear no diagnóstico da função pulmonar

Abstract

Na presente monografia é abordado o papel da Medicina Nuclear no diagnóstico de patologias com alterações fisiopatológicas relevantes, tais como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica e a Embolia Pulmonar. A Medicina Nuclear é uma área da radiologia que se baseia na utilização de radiofármacos para o diagnóstico, estadiamento, terapêutica ou a monitorização da resposta à terapêutica. Tem evoluído desde a descoberta da câmara gama até às aplicações mais atuais das modalidades imagiológicas híbridas. Os radionuclídeos e o decaimento que deles advém é a base para a aplicação dos radiofármacos ao diagnóstico. As técnicas de radiodiagnóstico, nomeadamente a Tomografia por Emissão de Positrões (PET) e Tomografia Computadorizada por Emissão de Fotão Único (SPECT), baseiam-se na aquisição, processamento de dados e posterior visualização de uma imagem digital. Para que tal seja possível, são necessários diversos componentes para que a radiação emitida pelos radionuclídeos seja visualizada. Anatomicamente, os pulmões têm caraterísticas únicas e por estarem em contacto com o ambiente exterior são vulneráveis a diversas patologias. Assim, a Medicina Nuclear Pulmonar é uma área especializada com um papel preponderante na avaliação pulmonar, sendo que permite estabelecer um diagnóstico e monitorizar a evolução de diversas patologias. É com recurso às técnicas de PET e SPECT que são identificadas imagiologicamente as alterações ao nível da função pulmonar. A SPECT tem sido considerada uma alternativa robusta à Angiografia Pulmonar por Tomografia Computorizada (CTPA) no diagnóstico da Embolia Pulmonar. Por sua vez, a PET poderá vir a ser uma alternativa viável nesta área, sendo que serão necessárias alterações na produção dos radiofármacos utilizados. A SPECT pode ser ainda aplicada na caraterização da obstrução das vias aéreas e alteração da função pulmonar na Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC). Adicionalmente, a implementação de modalidades híbridas como a SPECT/TC possibilita uma otimização do diagnóstico da função pulmonar.

This monograph discusses the role of Nuclear Medicine in the diagnosis of pathologies with relevant pathophysiological changes, such as Chronic Obstructive Pulmonary Disease and Pulmonary Embolism. Nuclear Medicine is an area of radiology based on the use of radiopharmaceuticals for diagnosis, staging, therapy, or monitoring the response to therapy. It has evolved from the discovery of the gamma camera to the most current applications of hybrid imaging modalities. Radionuclides and their decay are the basis for the application of radiopharmaceuticals to diagnosis. Radiodiagnostic techniques, such as Positron Emission Tomography (PET) and Single Photon Emission Computed Tomography (SPECT), are based on the acquisition, data processing and subsequent visualization of a digital image. For this to be possible, several components are required for the radiation emitted by the radionuclides to be visualized. Anatomically, the lungs have unique characteristics and because of their contact with the environment, they are vulnerable to various pathologies. Thus, Nuclear Medicine is a specialized area with a relevant role in pulmonary evaluation, allowing for the establishment of a diagnosis and the monitoring of the evolution of several pathologies. It is by using PET and SPECT techniques that changes in lung function are identified through imaging. SPECT has been considered a robust alternative to Computed Tomography Pulmonary Angiography (CTPA) in the diagnosis of Pulmonary Embolism. Additionally, PET may become a viable alternative in this area, with changes in the production of the radiopharmaceuticals used. SPECT may also be applied in the characterization of airway obstruction and altered lung function in Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD). Additionally, the implementation of hybrid modalities such as SPECT/CT enables optimization of the diagnosis of lung function.