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Neste ensaio é questionado o significado da identidade portuguesa hoje. Decidi propor que olhemos por trás da identidade nacional, procurando analisar alguns dos processos de identificação que lhe estão subjacentes. Na verdade, toda a identidade (seja ela pessoal, grupal, nacional, racial, religiosa, etc.) é sempre historicamente um derivado da vivência humana em sociedade. Ela resulta de uma acumulação e entrecruzamento de identifica-ções e diferenciações que são, posteriormente, reificadas em toda uma série de itens culturais (nomes, lugares, tempos, objectos, pessoas, relatos, etc.).
Se assim é, então, a força de evidência com que as identidades se apresentam à nossa consciência tem algo de artificioso porque assenta sobre processos de identificação e diferenciação que são bem mais fugazes e ambíguos ; muito menos seguros e evidentes.
Contudo, por muito fortes, estáveis e hegemonicamente fundamentadas que sejam as reificações em que assenta uma qualquer formulação identitária, ela nunca é impermeável às mudanças do tempo. Novas identificações, novas diferenciações ; reiterações ou abandonos – levá-la-ão necessariamente a ir alterando. Não é possível (e, sobretudo, não é desejável tentar) vacinar as identidades contra a história.
Assim sendo, apresento aqui algumas histórias e algumas interpretações que pretendem não tanto vaticinar sobre a identidade portuguesa, como ilustrar as tensões identitárias que se constróem e cruzam no âmbito do espaço da expansão histórica portuguesa – o que têm chamado a lusotopia.
Description
Keywords
Portugal Identidade portuguesa Moçambique Póscolonialismo Raça Etnicidade Religião Futebol Lusotopia
Pedagogical Context
Citation
Cabral, João de Pina(2002)Agora podes saber o que é ser pobre: identificações e diferenciações no mundo da lusotopiaLusotopie, 10, pp.215- 22