The hegemonic struggle in antagonistic sports : conceptualizing cooperation, antagonism, and hegemony within antagonistic sports

Abstract

Nos desportos antagónicos, duas entidades antagónicas coordenam-se entre si enquanto lutam pela hegemonia do jogo. Tal luta hegemónica pode ser dividida em duas dimensões diferentes: uma dimensão de coordenação cooperativa (dentro de uma equipa ou de um indivíduo) e uma dimensão de coordenação antagónica com um adversário. A dimensão cooperativa é caracterizada por objectivos comuns que conduzem a um comportamento sinergético. Por outro lado, a dimensão antagónica é caracterizada pelo princípio da oposição, e portanto por objectivos antagónicos (objectivos que se negam mutuamente). Hegemonia nesta tese irá retratar a relação contínua de forças entre dois rivais que lutam um com o outro para ganhar um concurso desportivo. Tal hegemonia emergirá da interacção dinâmica entre estas duas dimensões, e poderá eventualmente ser o nível em que o resultado real do desporto for decidido. Assim, no Capítulo 2 desta tese estudamos o comportamento sinergético de uma unidade defensiva durante jogadas bem sucedidas e jogadas mal sucedidas. Os resultados mostraram que o comportamento bem sucedido está mais relacionado com a gestão bem sucedida da variabilidade do que com a redução dessa variabilidade, uma vez que as jogadas com comportamento mais estável correspondem a jogadas em que a unidade não teve sucesso. No capítulo 3, mostrámos a singularidade de um comportamento antagónico associado utilizando uma simple tarefa rítmica. Os resultados mostraram o aparecimento de estados estáveis intermédios (longe de 0º e 180º), aumento das flutuações, bem como comportamento 'switchy' e metastable. Tudo isto reforça a singularidade de tais situações, exigindo a utilização de modelos e terminologia específicos para tais situações. Finalmente, no Capítulo 4 mostramos uma abordagem hegemónico ao estudo de jogos de futebol sob a forma de paisagens de oportunidades de passe. O modelo, apesar das suas fases iniciais de desenvolvimento, já mostrou a capacidade de reagir a constrangimentos específicos emergentes no jogo de futebol, bem como a sua capacidade de retratar áreas fracas que são subutilizadas. Sugerimos que o nível hegemónico macroscópico (a relação de forças entre dois rivais) será o nível de interesse para os desportos antagónicos, pois mostrará qual o rival que se impõe sobre o outro.

In antagonistic sports, two antagonistic entities coordinate with each other as they struggle over the hegemony of the game. Such hegemonical struggle can be divided into two different dimensions: a dimension of cooperative coordination (within a team or an individual) and a dimension of antagonistic coordination with an opposing rival. The cooperative dimension is characterized by common goals which leads to synergetic behavior. On the other hand, the antagonistic dimension is characterized by the principle of opposition, and therefore by antagonistic goals (goals that negate each other). Hegemony on this thesis will depict the on-going relation of forces in between two rivals that are struggling with each other to win a sport contest. Such hegemony will emerge of the dynamic interaction in between these two dimensions, and could possibly be the level were the actual result of the sport is decided. Therefore, in Chapter 2 of this thesis we studied the synergetic behavior of a defensive unit during successful plays and unsuccessful plays. The results showed that successful behavior is related to the successful management of variability rather than the reduction of such variability, as the plays with more stable behavior correspond to plays were the unit did not succeed. In chapter 3, we showed the uniqueness of antagonistic coupled behavior using a simple rhythmical task. The results showed the appearance of intermediate steady states (away from 0º and 180º), increase fluctuations as well as metastable switchy behavior. All these reinforces the uniqueness of such situations calling for the use of specific models and terminology for such situations. Finally, in Chapter 4 we show a hegemonic approach to study football games in the form of landscapes of passing opportunities. The model, despite its early stages of development, already showed the capability to react to specific constrains emerging in the football game as well as its capability to depict weak areas that are underused. We suggest that the hegemonical macroscopic level (the relation of forces between two rivals) will be the level of interest for antagonistic sports, as it will show which rival is imposing itself over the other.