Geografia, Arte e criatividade numa perspectiva mais-que-representacional

Abstract

A relação entre a Geografia, a arte e a criatividade é antiga e persistiu ao longo dos tempos pela sua pertinência. Desde a recolha de artefactos de arte popular, à análise de pinturas, fotografia, filmes e poemas, até à produção participativa de obras de arte por comunidades, essa relação tem assumido várias formas. Foi desde a década de 1980, com o cultural turn, que a convergência entre Geografia e arte se tornou mais densa e frutuosa (Hawkins, 2011, 2013). Utilizando métodos vindos das humanidades como a iconografia e a análise semiótica, a Nova Geografia Cultural (orientada por uma perspetiva representacional) explorou o potencial das artes (sobretudo representações da paisagem na pintura, fotografia e cinema) para perceber dinâmicas de domínio e poder (Cosgrove, 1998; Cosgrove & Daniels, 1988). Percebia-se o espaço como produto de relações sociais, as quais estavam associadas a lógicas de poder e ao jogo de forças entre hegemonia e resistência[...]