Utilize este identificador para referenciar este registo:
http://hdl.handle.net/10400.5/96391
Título: | Chester William Nimitz. The pragmatics of sea power |
Autor: | Vaz, Francisco Emílio Neves da Piedade |
Orientador: | Canas, António Costa |
Data de Defesa: | 10-Mai-2024 |
Resumo: | World War II has no comparison with any previous conflict. It was fought with a greater diversity of armaments, by more men with a greater variety of operations, in more areas than any other war. Because it was fought in all parts of the globe, it was in a major extent a naval war. This naval nature of World War II was obvious, at least in the Pacific Ocean, where a United States Navy Admiral commanded all men of all services and allied nationalities: Fleet Admiral Chester William Nimitz.
Despite fighting in North Africa and the Atlantic, the United States still had the resources and manpower to fight the Japanese in the Pacific. Though the Japanese had crippled the American fleet at Pearl Harbor, its distance from Japan made the invasion of these islands impossible. More than that, the Japanese attack had not severely damaged important infrastructures. Thus, the United States was able to quickly rebuild a fleet, still stationed at Pearl Harbor right in the heart of the Pacific theater.
The Americans would eventually push the Japanese back across the Pacific, and one of the most instrumental leaders in the effort was Admiral Chester W. Nimitz, who commanded the U. S. Pacific Fleet and helped coordinate joint operations with General Douglas MacArthur, the Supreme Commander, Southwest Pacific Area. Their joint strategies would lead to decisive operations at places like Midway, Guadalcanal, Tarawa, Solomons, New Guinea, the Philipines, Iwo Jima, Okinawa and others, before the use of the atomic bombs compeled Japan to surrender in August 1945.
The objective of this thesis is to analyze the life and caracter of Fleet Admiral Chester William Nimitz and, eventually, show how his action as Commander in Chief of the United States Pacific Fleet and the Pacific Ocean Areas was decisive for the defeat of Japan in World War II. A Segunda Guerra Mundial não tem comparação com qualquer conflito anterior. Foi travada com uma maior diversidade de armamentos, por mais homens com uma maior variedade de operações, em mais áreas que qualquer outra guerra. Porque foi travada em todas as partes do globo, foi em grande medida uma guerra naval. Essa natureza naval da Segunda Guerra Mundial foi pelo menos óbvia nas áreas do Oceano Pacífico, onde um Almirante da Marinha dos Estados Unidos comandou todos os homens de todos os serviços e nacionalidades aliadas: o Almirante de Esquadra Chester William Nimitz. Apesar de lutar no norte da África e no Atlântico, os Estados Unidos ainda tinham recursos para combater os japoneses no Pacífico. Embora os japoneses tivessem paralisado a esquadra americana em Pearl Harbor, a enorme distância do Japão tornou impossível uma invasão dessas ilhas. Mais do que isso, o ataque japonês não danificou severamente infraestruturas importantes. Assim, os Estados Unidos conseguiram reconstruir rapidamente uma esquadra, cuja base de apoio principal continuaria a ser Pearl Harbor, no coração do teatro do Pacífico. O Almirante Chester W. Nimitz acabaria por conseguir uma importante vitória no Pacífico, o que, em coordenação com o General Douglas MacArthur, o Comandante Supremo da Área Sudoeste do Pacífico, levou à vitória sobre o Japão. A estratégia dos Estados Unidos levaria, em última análise, à derrota do Japão e ao final da Segunda Guerra Mundial. Vitórias em Midway, Guadalcanal, Tarawa, Ilhas Salomão, Nova Guiné, Filipinas, Iwo Jima, Okinawa e o uso das bombas atómicas foram peças fundamentais dessa estratégia que levaram o Japão a render-se em agosto de 1945. Para os Estados Unidos da América, o envolvimento na Segunda Guerra Mundial começou e terminou no Oceano Pacífico. Embora a grande estratégia tenha definido como prioridade a derrota da Alemanha, o ataque do Império do Japão a Pearl Harbor levou os Estados Unidos da América a iniciar uma estratégia em ordem não só a conter o ímpeto expansionista do Japão, mas também a retomar a iniciativa no controlo do vasto Oceano Pacífico. Chocado como o ataque de 7 de Dezembro de 1941 a Pearl Harbor, em que grande parte da esquadra americana do Pacífico é destruída, o povo americano, inicialmente renitente quanto à entrada do seu país na guerra, mostrou-se determinado e unido apoiando Roosevelt na decisão de combater e derrotar o Japão. Como bem exprimiu na altura o Presidente Roosevelt, este dia ficou para sempre marcado na consciência do povo americano como um “dia de infâmia”. Os Estados Unidos viram-se assim envolvidos num conflito em que as lideranças políticas e militares foram preponderantes na condução da guerra por terra, mar e ar, no decurso das hostilidades entre Dezembro de 1941 e Agosto de 1945. É precisamente na sequência do ataque da Marinha japonesa a Pearl Harbor que Chester William Nimitz, na altura Contra-almirante, é nomeado, por indicação do Presidente Roosevelt, para o cargo de Comandante-em-Chefe da Esquadra do Pacífico (CINCPAC). Roosevelt conhecia bem Nimitz pois, sendo na altura o responsável pelo Departamento de Navegação (BUNAV), era chamado com alguma frequência à Casa Branca para aconselhar o Presidente quando este tinha que nomear um almirante para um cargo de topo. Conhecendo o carácter e o profissionalismo de Nimitz, o Presidente chegou mesmo a convidar Nimitz para esse mesmo cargo (CINCPAC)) no início do ano de 1941. Contudo, Nimitz declinou por considerar que tal traria graves inconvenientes para o serviço. Face ao pedido de escusa de Nimitz é nomeado o Almirante Husband Kimmel, que ultrapassa trinta e um almirantes mais antigos. No dia da tomada de posse de Kimmel a esquadra baseada em Pearl Harbor passa a ser designada por Esquadra do Pacífico. Kimmel retém, contudo, a anterior incumbência de Comandante-em-Chefe da Esquadra (CINCUS) funções que exerce quando mais que uma esquadra executa operações em conjunto. No dia 15 de Dezembro de 1941, na sequência do ataque japonês a Pearl Harbor Frank Knox, o Secretário da Marinha, reuniu-se com o Presidente a quem recomenda três medidas a tomar de imediato: (1) nomeação de uma comissão de inquérito para averiguar por que razão falharam os meios de defesa em Pearl Harbor; (2) A exoneração imediata de Kimmel dos cargos de CINCUS/CINCPAC; e (3) a separação do cargo de CINCUS, dos cargos de comandantes operacionais (CINCPAC/CINCLANT) ficando o CNO com o cargo de Comandante da Esquadra dos Estados Unidos (CINCUS). Roosevelt sancionou estas três recomendações e, com o acordo de Knox, nomeia o Almirante Ernest King para o cargo de CNO e CINCUS, ficando pendente a nomeação do Comandante da Esquadra do Pacífico (CINCPAC). No dia seguinte Knox voltou à Casa Branca tendo chegado rapidamente a acordo com Roosevelt na nomeação de Nimitz para o cargo. Segundo Potter, Roosevelt terá dito a Knox: “Diga a Nimitz que vá para Pearl e que fique lá até a guerra ser ganha”. Durante os cerca de quatro anos de operações militares no Pacífico, Nimitz comandou milhares de navios e milhões de homens, exercendo um poder jamais exercido por qualquer outro comandante em conflitos anteriores. Segundo Potter, a sua liderança, assente numa sólida formação humana e profissional, foi crucial para lidar com os complexos problemas estratégicos e operacionais com que se deparou, mormente a falta de preparação do pessoal e a escassez de meios, que o obrigaram, logo que tomou posse como CINCPAC, a decisões arriscadas e difíceis mas quase sempre bem-sucedidas. Para isso, refere ainda o mesmo autor, contribuiu também a sua formação e carácter pessoal manifestada nas suas relações com superiores hierárquicos e com os seus comandantes subordinados. Na realidade, a sua liderança e a sua visão estratégica, capacidade de organização e grande habilidade para avaliar os que lhe estavam subordinados hierarquicamente foram qualidades que lhe granjearam esse prestígio e, em última análise, permitiram o sucesso da marinha dos EUA na luta contra o poder naval nipónico. Como comandante naval, foi responsável pela maior área de operações e pela maior esquadra jamais empregue em operações de guerra em toda a história, sendo responsável pelas decisões estratégicas das mais importantes batalhas do Pacífico, que incluíram as primeiras grandes operações anfíbias com oposição jamais realizadas. Ao assumir o comando da Esquadra do Pacífico, o Almirante Chester Nimitz tem quatro objetivos imediatos: restaurar o moral; desviar a força japonesa das Índias Orientais; defender e manter as linhas de comunicação do Havai, Midway e Austrália; e impedir que o Império do Japão continue a expandir-se no Pacífico. Do seu ponto de vista estes objetivos só poderiam ser alcançados através de operações ofensivas. Nas circunstâncias em que se encontrava a esquadra estas ofensivas teriam de ser levadas a cabo através de operações de ataque com porta-aviões a bases japonesas. As conquistas das forças japonesas nas Índias Orientais, Singapura, Birmânia, costa norte da Nova Guiné, ilhas Bismark e Salomão e em breve a tomada das Filipinas, vão permitir ao Japão o acesso às matérias-primas e a criação de um perímetro defensivo à sua volta. Em face destas relativamente fáceis conquistas o alto comando japonês projeta a conquista das ilhas Aleutas, de Midway e da Nova Caledónia procurando interromper as linhas de comunicação (SLOCS) entre os EUA e a Austrália por forma a alargar e consolidar o seu perímetro defensivo. Embora os EUA tenham perdido temporariamente algum território nas Aleutas, a batalha de Midway foi um marco fundamental para o decurso da guerra no Pacifico. De facto, nesta batalha, que decorreu entre 2 e 6 de Junho de 1942, foram afundados quatro dos seis principais porta-aviões japoneses, o que marcou o início do declínio do poder naval japonês, declínio do qual jamais conseguiu recuperar. Para Nimitz a vitória de Midway terá constituído o ponto alto da sua carreira. Embora não se tenha percebido bem durante alguns meses o significado estratégico desta vitória, foi notória a perda de preponderância do Japão e das suas forças navais no Pacífico. A partir daí os EUA mantiveram sempre a iniciativa começando pela campanha de Guadalcanal até à total destruição da Marinha Imperial Japonesa nas batalhas do Mar das Filipinas e na Batalha do golfo de Leyte. O objetivo desta tese é analisar a vida e o caráter do Almirante de Esquadra Chester William Nimitz e, por fim, mostrar eventualmente como sua atuação como Comandante em Chefe da Esquadra do Pacífico dos Estados Unidos e Áreas do Oceano Pacífico foi decisiva para a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial. |
URI: | http://hdl.handle.net/10400.5/96391 |
Designação: | Doutoramento em História Marítima |
Aparece nas colecções: | FL - Teses de Doutoramento |
Ficheiros deste registo:
Ficheiro | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
ulflfenpvaz_td.pdf | 7,94 MB | Adobe PDF | Ver/Abrir Acesso Restrito. Solicitar cópia ao autor! |
Todos os registos no repositório estão protegidos por leis de copyright, com todos os direitos reservados.