A educomunicação sobre saúde mental para o público juvenil: os casos dos podcasts ‘O Assunto’ e ‘Esquizofrenoias’ no primeiro ano da Covid-19 no Brasil

Abstract

A saúde mental foi amplamente discutida durante a pandemia da Covid-19, estando os jovens entre os mais afetados pela ansiedade e depressão nesse período. Segundo o Spotify, mundialmente, a geração Z é a que mais consome podcasts sobre saúde mental, ferramenta essa utilizada por jornais independentes e grandes conglomerados, que têm sido cada vez mais estudada pelo seu potencial educomunicativo. A educomunicação é uma área que relaciona educação e comunicação. A partir desse embasamento, essa dissertação estudou o viés educomunicativo dos podcasts ‘O Assunto’ e ‘Esquizofrenoias’ ao abordarem saúde mental para o público juvenil brasileiro durante o primeiro ano da pandemia. Para responder a pergunta de partida: como os podcasts ‘O Assunto’ e ‘Esquizofrenoias’ utilizaram a abordagem educomunicativa para o público juvenil ao representarem a saúde mental durante o primeiro ano da Covid-19 no Brasil?, recorremos ao método misto e analisamos o conteúdo de 126 episódios divulgados entre 1 de março de 2020 e 31 de março de 2021, entrevistamos a âncora do ‘Esquizofrenoias’ e realizamos três focus group, submetidos, posteriormente, à análise fenomenológica do discurso. Com os resultados da recolha e análise de dados concluímos que os podcasts têm ampla gama de contextos para encaixar a saúde mental, o que pode atrair o público juvenil; que o ‘O Assunto’ e o ‘Esquizofrenoias são educomunicativos, mas em pilares diferentes; que Amanda tem uma linguagem mais próxima e humanizada para falar com esse público; e que os jovens conhecem podcasts, sendo esse um formato valioso e estratégico para que o jornalismo se aproxime desse público de forma fidelizada e representativa. O presente estudo pretende contribuir com as pesquisas interpretativas relacionadas à jornalismo e saúde mental, educomunicação, público juvenil e podcasts.

Mental health was widely discussed during the COVID-19 pandemic, placing young people among those most affected by anxiety and depression during this period. According to Spotify, worldwide, generation Z is the one that consumes the most podcasts about mental health, a tool used by independent newspapers and large conglomerates, which have been increasingly studied for their educommunicative potential. Educommunication is an area that relates education and communication. Based on this, the dissertation focused on the educommunicative vision of the podcasts ‘O Assunto’ and ‘Esquizofrenoias’ when approaching mental health for Brazilian youth audiences during the first year of the pandemic. To answer the starting question: how did the podcasts 'O Assunto' and 'Esquizofrenoias' use an educommunicative approach for young audiences when representing mental health during the first year of Covid-19 in Brazil?, we used the mixed method and analyzed the content of 126 episodes released between March 1, 2020 and March 31, 2021, we interviewed the presenter of 'Esquizofrenoias' and carried out three focus groups, subsequently subjected to phenomenological discourse analysis. With the results of data collection and analysis, we concluded that podcasts have a wide range of contexts to fit mental health, which can attract young audiences; that ‘O Assunto’ and ‘Esquizofrenoias’ are educommunicative but on different pillars; that Amanda has a closer and more humanized language to speak to this audience; and that young people likes and hear podcasts, which is a valuable and strategic format for journalism to approach this audience in a faithful and representative way. The present study aims to contribute to interpretative research related to journalism and mental health, educommunication, youth audiences, and podcasts.