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http://hdl.handle.net/10400.5/102008
Title: | Políticas em Circulação: Reconfigurando as Geografias da Comparação, Aprendizagem e Intercâmbio Urbanos |
Other Titles: | Travelling Policies: Reframing the Geographies of Urban Comparison, Learning and Exchange |
Author: | Silva, Diogo Malheiros, Jorge Cachinho, Herculano |
Issue Date: | 2025 |
Publisher: | Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa |
Citation: | Silva, D. G., Malheiros, J., & Cachinho, H. (2025). Políticas em Circulação: Reconfigurando as Geografias da Comparação, Aprendizagem e Intercâmbio Urbanos. Finisterra-Revista Portuguesa de Geografia 60(128), e40652. https://doi.org/10.18055/Finis40652 |
Abstract: | Situar este Número Especial exige que nos apoiemos em conexões relacionais e pensemos através de outros lugares. Leva-nos, fundamentalmente, de volta a alguns anos atrás, a uma série de centros de convenções, salas de conferências de hotéis e a um pequeno restaurante no centro de Denver, Colorado – a cidade anfitriã do Encontro Anual da Associação Americana de Geógrafos (AAG) de 2023. Enquanto fórum globalmente reconhecido de intercâmbio intelectual, o Encontro Anual da AAG reúne milhares de geógrafos e académicos de disciplinas afins para debater, gerar ideias inovadoras e repensar teorizações e táticas para compreender as complexidades dos processos espaciais do século XXI e as suas trajetórias.
Estas preocupações intelectuais materializaram-se na organização de uma sessão temática intitulada “Competitividade Urbana e Mobilidades de Políticas Urbanas: Repensando as Narrativas Norte-Sul”. Como é frequentemente o caso em conferências académicas, as discussões e trocas estenderam-se para além dos espaços oficiais do Encontro da AAG – para pausas para café, encontros informais e refeições partilhadas em restaurantes locais –, com organizadores e apresentadores a socializar e a trocar cartões de contacto, e-mails e ideias nos meses seguintes (Craggs & Mahony, 2014; Ward, 2024a). Em particular, a nossa sessão e os seus momentos informais mostraram-se especialmente férteis e bem alinhados com os debates geográficos emergentes sobre a construção dos futuros das políticas urbanas (Baker & Temenos, 2015; McCann & Ward, 2013; Silva & Ward, 2024) e a mudança intelectual mais ampla para abordagens mais globais, particularizadas e provinciais nos estudos sobre formulação de políticas urbanas (Addie, 2020; Leitner & Sheppard, 2016; Peck, 2017; Robinson, 2015a, 2022).
Grande parte da lógica por trás da organização desta sessão partiu da suposição de que os decisores políticos do século XXI vivem e governam num tempo de políticas em movimento acelerado (Baker & Walker, 2019). De facto, os decisores políticos tornaram-se “altamente adeptos da partilha e adaptação de novas inovações por conta própria, acelerando a difusão de boas ideias e acelerando a aprendizagem global [de políticas]” (United Nations Human Settlements Programme [UN-HABITAT], 2020, p. 205). Embora seja discutível se estas práticas são realmente novas, é inegável que aqueles interessados no estudo dos processos de formulação de políticas – geógrafos urbanos, antropólogos políticos ou cientistas políticos – estão agora a experienciar “uma tempestade perfeita de crises globais” (Hartley et al., 2019, p. 164) ou um contexto de “policrise” (Organisation for Economic Co-operation and Development [OECD], 2023, p. 9), resultando numa série de disrupções económicas, políticas e sociais. Alterações climáticas, degradação ambiental, crises económicas, choques habitacionais e, claro, crises sanitárias são apenas alguns exemplos, muitos dos quais emergiram no programa da nossa sessão e nas discussões subsequentes, tanto em apresentações formais como em trocas informais durante pausas para café, e-mails e conversas após o encerramento da conferência.
Este Número Especial é, portanto, um produto de múltiplos “aquis”, “alhures” e “tempos”. No seu cerne, reúne uma seleção de artigos e apresentações feitas dentro e fora dos espaços da conferência no centro de Denver durante o Encontro Anual da AAG de 2023, onde Cristina Temenos (University of Manchester) desempenhou um papel central como comentadora convidada. Simultaneamente, encapsula uma série de contribuições relevantes que surgiram fora de Denver, a partir de uma chamada aberta lançada durante a construção deste Número Especial. Em conjunto, estas contribuições inscrevem-se confortavelmente nos debates recentes e ainda em evolução na geografia urbana e disciplinas afins, sob a bandeira dos estudos sobre mobilidades de políticas urbanas (Baker & Temenos, 2015; McCann & Ward, 2013). No entanto, para além disso, elas apontam para novos contributos e para uma agenda de investigação substancial que argumenta a favor de uma reformulação conceptual e ontológica e de uma investigação empírica renovada dentro dos estudos sobre mobilidades de políticas, oferecendo um potencial significativo para avançar, expandir e renovar a compreensão de aspetos-chave do mundo da formulação de políticas no século XXI (Robinson, 2015b; Silva & Ward, 2024; Ward, 2024a). Situating this Special Issue requires us to draw on relational connections and think through elsewhere. It fundamentally takes us back a couple of years to a series of convention centres, hotel conference rooms and a small restaurant in downtown Denver, Colorado – the host city of the 2023 Association of American Geographers (AAG) Annual Meeting. As a globally recognised forum of intellectual exchange, the AAG Annual Meeting brings together thousands of geographers and scholars from related disciplines to advance debates, generate cutting-edge ideas and rethink existing or build new theorisations and tactics for understanding the complexities of twenty-first-century spatial processes and their path-dependent trajectories. These intellectual imperatives coalesced in the organising of a thematic session titled “Urban Competitiveness and Urban Policy Mobilities: Rethinking North-South Narratives”. As is often the case at academic conferences, the rendering of these imperatives extended beyond official AAG Annual Meeting venues – into coffee breaks, informal gatherings and shared meals and drinks at local restaurants –, with organisers and presenters socialising and exchanging business cards, e-mails and ideas in the following months (Craggs & Mahony, 2014; Ward, 2024a). In particular, our session and its collateral ‘downtimes’ proved particularly generative and well-matched with growing geographic debates on the ‘making-up’ of urban policy futures (Baker & Temenos, 2015; McCann & Ward, 2013; Silva & Ward, 2024) and the broader intellectual shift toward more global, particularised and provincial approaches to urban policymaking studies (Addie, 2020; Leitner & Sheppard, 2016; Peck, 2017; Robinson, 2015a, 2022). Much of the logic behind the assembling of this session departed from the general assumption that twenty-first-century policymakers now live and govern in an age of fast-moving policies (Baker & Walker, 2019). Indeed, policymakers have “become highly adept at sharing and adapting new innovations on their own, accelerating the diffusion of good ideas and speeding global [policy] learning” and exchange (UN-HABITAT, 2020, p. 205). While it is debatable whether these practices are new, it almost goes without saying that policymakers and those interested in the study of policymaking processes, such as urban geographers, political anthropologists or political scientists, are now experiencing “a perfect storm of global crises” (Hartley et al., 2019, p. 164) or a context of “poly-crisis” (Organisation for Economic Co-operation and Development [OECD], 2023, p. 9), all of which ended up producing a set of economic, political or social disruptions. Climate change, environmental degradation, economic downturns, housing shocks and, of course, health crises are just a few examples, some of which surfaced in our session programme and discussions, both within formal presentations and through informal exchanges over coffee breaks, emails and follow-up conversations after the conference had ended. This Special Issue is thus a product of multiple ‘heres’, ‘elsewheres’ and ‘tempos’. At its core, it brings together a selection of papers and presentations made in and beyond the conference venues of downtown Denver at the 2023 AAG, where Cristina Temenos (University of Manchester) played a pivotal role as a guest discussant. Simultaneously, it encapsulates a series of relevant contributions that emerged outside downtown Denver from an open call issued during the assembly of this Special Issue. Together, these two sets of contributions are comfortably situated within recent and still-emerging debates in urban geography and cognate disciplines under the banner of urban policy mobilities studies (Baker & Temenos, 2015; McCann & Ward, 2013). However, central to them is also a signpost of new insights and a substantial research agenda arguing for a reformatted conceptual and ontological reflection and empirical investigation within policy mobilities studies that hold particular promise for advancing, extending or renewing the understanding of key aspects of the policymaking world in the twenty-first century (Robinson, 2015b; Silva & Ward, 2024; Ward, 2024a). |
Peer review: | yes |
URI: | http://hdl.handle.net/10400.5/102008 |
DOI: | 10.18055/Finis40652 |
ISSN: | 0430-5027 |
Publisher Version: | https://revistas.rcaap.pt/finisterra/article/view/40652 |
Appears in Collections: | IGOT - Artigos em Revistas Nacionais |
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