Suplementos alimentares no doente oncológico

Abstract

Atualmente, a doença oncológica é uma das principais causas de morte em todo o mundo. Todos os anos cerca de 2.6 milhões de pessoas são diagnosticadas com esta doença, e consequentemente, sujeitas a tratamentos oncológicos que têm um grande impacto na sua qualidade de vida. A gestão de uma doença oncológica é complexa para os doentes que, adicionalmente, têm de lidar com um grande número de efeitos adversos da terapêutica. Estas podem ser imediatos como os gastrointestinais (com uma elevada prevalência) com um grande impacto na dieta e no estado nutricional do doente, e/ou efeitos a longo prazo como a osteoporose, entre outros. Apesar da rápida evolução a nível da terapêutica anti-neoplásica é necessário o investimento em alternativas e soluções que providenciem mais conforto ao doente e melhorem a sua qualidade de vida no que toca aos efeitos adversos desta terapêutica. Os suplementos alimentares têm sido cada vez mais expressivos no mercado com uma grande procura por parte dos consumidores. Alguns doentes procuram estas terapêuticas complementares para melhorar sintomas associados a esta patologia. Certos suplementos alimentares parecem ter um papel benéfico nalguns efeitos adversos da terapêutica oncológica. Ao longo dos anos têm-se realizado estudos que apontam para a eficácia de alguns suplementos como por exemplo: a glutamina, os ómega 3, cálcio e vitamina D, entre outros. Enquanto para alguns suplementos a sua eficácia e segurança é mais estudada, há ainda muito caminho a ser percorrido no que toca a recomendações de suplementos para o alívio de algumas destas condições. Apesar de haver estudos que suportam estes benefícios, nem todos são ensaios clínicos robustos com número adequado de participantes de onde possam surgir recomendações fortes por parte das entidades responsáveis. O papel do profissional de saúde é fundamental no que toca a aferir a possível eficácia e, principalmente, a segurança deste tipo de produtos e a sua utilização pelos doentes.

Cancer is currently one of the main causes of death worldwide. Every year around 2.6 million people are diagnosed with this disease, and consequently undergo cancer treatments that have a major impact on their quality of life. Managing an oncological disease itself is complicated for patients who, in addition, have to deal with a large number of adverse effects of cancer therapy. These can be immediate, such as gastrointestinal problems (which are highly prevalent) with a major impact on the patient's diet and nutritional status, and/or long-term effects such as osteoporosis, among others. Despite the rapid evolution of anti-neoplastic therapy, it is necessary to invest in alternatives and solutions that provide more comfort to the patient and improve their quality of life in terms of the adverse effects of this therapy. Dietary supplements have become increasingly popular on the market, with great consumer demand. Some patients seek these complementary therapies to improve symptoms associated with cancer. Some dietary supplements appear to play a beneficial role in some of the adverse effects of cancer therapy. Over the years, studies have shown the efficacy of some supplements, such as glutamine, omega-3, calcium and vitamin D, etc. While for some supplements their efficacy and safety is better understood, there is still a long way to go when it comes to making recommendations for supplements to relieve some of these conditions. Although there are studies that support these benefits, not all of them are robust clinical trials with an adequate number of participants from which strong recommendations can emerge. The role of the health professional is fundamental when it comes to gauging the possible efficacy and, above all, the safety of this type of product and its use by patients.