O papel dos ansiolíticos no doente oncológico

Abstract

Os distúrbios de ansiedade afetam mais de 300 milhões de indivíduos em todo o mundo e sua incidência tem crescido entre os doentes oncológicos. Nessa população, a ansiedade pode ser categorizada em quatro tipos: situacional, psiquiátrica, orgânica e existencial. Níveis mais elevados de ansiedade são frequentemente encontrados em casos de tumores dos órgãos genitais femininos, da mama, do pulmão e do cérebro. São particularmente comuns entre mulheres jovens, com filhos e sintomas físicos. O desenvolvimento da ansiedade está relacionado com os níveis do GABA e da 5-HT. Os ISRS e os IRSN são os medicamentos de primeira linha para o tratamento de perturbações de ansiedade. No entanto, os IRSN são menos usados devido aos seus efeitos adversos. As BZD, enquanto fármacos ansiolíticos, revolucionaram o tratamento da ansiedade e estão entre os medicamentos mais prescritos a nível mundial. Contudo, apresentam risco de dependência e podem resultar em sintomas de abstinência se a terapêutica for interrompida abruptamente. No tratamento dos distúrbios de ansiedade em oncologia, as BZD e os ISRS são os medicamentos mais prescritos, sendo o Alprazolam, Lorazepam e Oxazepam os mais usados. A procura por novas abordagens terapêuticas tem aumentado nos últimos anos. Muitos doentes oncológicos e com ansiedade procuram fitoterápicos para lidar com os sintomas. Substâncias psicadélicas, suplementação alimentar e a modulação de neurotransmissores são algumas das novas estratégias para o tratamento de distúrbios de ansiedade, embora ainda estejam em fase de investigação. Devido à proximidade com a população, o farmacêutico tem um papel crucial no tratamento de perturbações de ansiedade. Deve incentivar a adesão e o uso adequado dos medicamentos, monitorizar a sua eficácia e os efeitos adversos. Além disso, considerando que os doentes oncológicos estão frequentemente polimedicados, os farmacêuticos podem contribuir para a prevenção e deteção de eventuais interações medicamentosas, garantindo a segurança do doente.

Anxiety disorders affect more than 300 million individuals worldwide, and their incidence has been increasing among cancer patients. In this population, anxiety can be categorized into four types: situational, psychiatric, organic, and existential. Higher levels of anxiety are often found in cases of tumors in female genital organs, breast, lung, and brain. These are particularly common among young women with children and physical symptoms. The development of anxiety is related to levels of GABA and 5-HT. SSRIs and SNRIs are the first-line medications for the treatment of anxiety disorders. However, SNRIs are less commonly used due to their adverse effects. BZDs, as anxiolytic drugs, have revolutionized the treatment of anxiety and are among the most prescribed medications worldwide. Nevertheless, they present a risk of dependence and can result in withdrawal symptoms if the therapy is abruptly discontinued. In the treatment of anxiety disorders in oncology, BZDs and SSRIs are the most prescribed medications, with Alprazolam, Lorazepam, and Oxazepam being the most commonly used. The search for new therapeutic approaches has increased in recent years. Many cancer patients with anxiety turn to herbal remedies to cope with their symptoms. Psychedelic substances, nutritional supplements, and neurotransmitter modulation are some of the new strategies for the treatment of anxiety disorders, although they are still under investigation. Due to their close proximity to the population, pharmacists play a crucial role in the treatment of anxiety disorders. They should encourage adherence and the proper use of medications, monitor their effectiveness and adverse effects. Additionally, considering that cancer patients are often on multiple medications, pharmacists can help prevent and detect potential drug interactions, ensuring patient safety.