Efeitos cardiovasculares da oxigenoterapia normobárica e hiperbárica

Abstract

A oxigenoterapia é um tratamento amplamente utilizado que envolve a administração de oxigénio, sob diferentes pressões, para melhorar a oxigenação tecidual. Neste trabalho são abordadas a oxigenoterapia normobárica e hiperbárica. A oxigenoterapia normobárica consiste na administração de oxigénio em concentrações superiores às do ar atmosférico, sob uma pressão atmosférica normal. Por sua vez, a oxigenoterapia hiperbárica corresponde à inalação de oxigénio a uma pressão superior à atmosférica, dentro de uma câmara hiperbárica. Estes tratamentos são essenciais em diversas patologias, nomeadamente cardiovasculares, onde a hipóxia tecidual e a isquémia são preocupações críticas. Os efeitos cardiovasculares desses tratamentos são diversos e complexos. Na presente monografia são descritos os efeitos benéficos, como a oxigenação dos tecidos em pacientes com insuficiência cardíaca, ajudando a aliviar os sintomas de dispneia e fadiga, assim como os potenciais efeitos adversos, nomeadamente vasoconstrição, aumento da resistência vascular sistémica, da pressão arterial e modulação dos reflexos barorreceptores, inibindo a atividade simpática e aumentando a atividade parassimpática, resultando numa diminuição da frequência cardíaca. A análise de literatura sugere que concentrações elevadas de oxigénio podem prejudicar a função cardíaca tanto em indivíduos saudáveis quanto naqueles com comprometimento cardíaco, o que indica que esta terapia deve ser aplicada com cautela em pacientes normóxicos. Contudo, a oxigenoterapia, quando utilizada em situações adequadas, permite estabilizar a função hemodinâmica em doentes críticos, proporcionando um suporte vital essencial. Apesar dos efeitos terapêuticos estarem bem documentados, os mecanismos de ação exatos da oxigenoterapia ainda não são bem compreendidos. Este estudo tem como objetivo analisar a literatura e contribuir para a compreensão dos efeitos cardiovasculares da oxigenoterapia normobárica e hiperbárica. A investigação futura deve focar-se em estratégias para otimizar a dosagem e a duração da oxigenoterapia, bem como explorar o uso de antioxidantes para mitigar os efeitos adversos, com o intuito de desenvolver protocolos mais seguros e eficazes.

Oxygen therapy is a widely used treatment that involves administering oxygen under different pressures to improve tissue oxygenation. This thesis discusses normobaric and hyperbaric oxygen therapy. Normobaric oxygen therapy involves administering oxygen at concentrations higher than atmospheric air, under normal atmospheric pressure. Hyperbaric oxygen therapy involves inhaling oxygen at a pressure higher than sea level, inside a hyperbaric chamber. These treatments are essential in various pathologies, particularly cardiovascular ones, where tissue hypoxia and ischemia are critical concerns. The cardiovascular effects of these treatments are diverse and complex. This monograph describes the beneficial effects, such as tissue oxygenation in patients with heart failure, helping to relieve symptoms of dyspnea and fatigue, as well as the potential adverse effects, namely vasoconstriction, increased systemic vascular resistance, blood pressure and activation of baroreceptor reflexes, inhibiting sympathetic activity and increasing parasympathetic activity, resulting in a decrease in heart rate. Analysis of the literature suggests that high concentrations of oxygen can impair cardiac function in both healthy individuals and those with cardiac impairment, which indicates that this therapy should be applied with caution in normoxic patients. However, when used in appropriate situations, oxygen therapy stabilizes hemodynamic function in critically ill patients, providing essential life support. Despite the well-documented therapeutic effects, the exact mechanisms of action of oxygen therapy are still not well understood. This study aims to analyze the literature and contribute to the understanding of the cardiovascular effects of normobaric and hyperbaric oxygen therapy. Future research should focus on strategies to optimize the dosage and duration of oxygen therapy, as well asexploring the use of antioxidants to mitigate adverse effects, with the aim of developing safer and more effective protocols.