Eu quis o medo mas não o pude ter — Violência e estranhamento nas práticas literárias e artísticas de Nuno Ramos

Abstract

Este artigo pretende focar a obra do escritor e artista contemporâneo Nuno Ramos, que pode ser considerada como uma das possíveis vias para construir outro tipo de representação da violência na Literatura e na Arte brasileiras contemporâneas, avaliando escolhas temáticas e procedimentos interartísticos e dando especial ênfase à importância do estranhamento, do abjeto e do grotesco. Além disso, este estudo analisa a originalidade de obra de Ramos, destacando a distância existente entre a sua filosofia estética e alguns dos elementos fundamentais do seu universo artístico e literário — opressão, crueldade, alienação — e qualquer tendência ou rótulo contemporâneo.

This article focuses on the work of the contemporary writer and artist Nuno Ramos that could be seen as one of the possible ways to build another kind of representation of violence in Brazilian contemporary Literature and Art, evaluating thematic choices and interartistic procedures, with a strong focus on the importance of the defamiliarization, the abjection and the grotesque. Also, this study analises the originality of Ramos’ works, noting the cautious distance of his aesthetic philosophies and some fundamental elements of his literary and artistic universe —oppression, cruelty, alienation— from any contemporary trends or labeling.