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Abstract(s)
Qualquer das definições de clima, desde a de J. HANN, no fim do século passado, à de M. SORRE, em 1944, e outras mais recentes, demonstram que o clima é uma noção abstracta, construída pelo espírito humano para representar, por uns poucos valores numéricos, o conjunto de estados do tempo a que o Homem está sujeito e que, esses sim, são concretos para ele.
É difícil delimitar as várias escalas espaciais de trabalho em Climatologia. No seu manual, M. YOSHINO (1975), apresenta, num quadro, o ponto de vista de 36 autores: há subdivisões muito diversas, embora os termos macroclima e microclima apareçam sempre. E, dada a ausência de um critério único, cada autor vê-se na obrigação de esclarecer o seu ponto de vista pessoal, alongando-se cada vez mais a lista, já comprida, apresentada por M. YOSHINO.
As normas para a instalação de parques de instrumentos, definidas pela O.M.M. (Organização Meteorológica Mundial) são rigorosas, para que as observações meteorológicas sejam “representativas” do clima de áreas de vários km² (ou várias dezenas de km²) de extensão. Os dados assim recolhidos, cujas médias e frequências são publicadas periodicamente pelos Serviços Meteorológicos de grande número de Países, são utilizados para definir o macroclima. Este é denominado o “clima das grandes áreas”, de “partes de continentes”, o “clima zonal” e até o “clima sinóptico” (embora as condições sinópticas tenham sempre grande importância, seja qual fôr a escala a que de trabalhe).
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A primeira parte deste trabalho (capítulos 1 a 4) trata do clima regional e agrupa as análises dos dados anuais, mensais ou diários das estações meteorológicos. Na segunda parte (capítulos 5 a 8), apresentam-se e analisam-se dados colhidos no terreno.
A diversidade da documentação disponível teve como resultado um certo desequilíbrio no tamanho e tratamento dos diferentes capítulos.
Nos três primeiros capítulos, analisam-se e interpretam-se as médias mensais e anuais do rumo e velocidade do vento, razão de insolação, número de dias de nevoeiro e nebulosidade forte, temperatura máxima e mínima. O longo período de funcionamento da estação de Lisboa (Geofísico) e a fiabilidade de todos os seus dados permitiu estudar a evolução secular do número de horas de insolação anual e de temperatura; um estudo paralelo não foi empreendido a propósito do vento, por razões adiante expostas. Em cada capítulo, referem-se as características anuais e estacionais dos diferentes elementos climáticos em Lisboa (Geofísico), antes de passar à comparação com os valores disponíveis para todas as outras estações meteorológicas do espaço estudado, de mais curtos períodos de observação. A técnica de regressão linear, simples e múltipla, foi aplicada na tentativa de explicação da variação da insolação pela do nevoeiro e da nebulosidade. Sintetizou-se a informação das matrizes de dados mensais a partir de análises em componentes principais.
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Na 2ª Parte agrupam-se, pois, os resultados de estudos experimentais, realizados com grande escassez de meios, que mais não poderão dar senão pistas para investigação futura. […]