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Abstract(s)
Nos finais do século XVII e do reinado do Rei-Sol, Luís XIV, os filósofos envolveram-se numa acesa polémica que ficou conhecida como a Querela dos Antigos e dos Modernos: os antigos sustentavam que o esplendor estético da Antiguidade era insuperável, ao passo que os Modernos desafiavam essa conviçção. Por outras palavras, tratava-se de uma escaramuça em torno do conceito do tempo: para uns o tempo era irreversível, para outros era cíclico e repetível. Desta estranha mistura de linearidade do destino e de organicismo medieval resultou em alguma medida um conceito contemporâneo do tempo na ciência - e o meu argumento é que herdou os aspectos mais obscurantistas de ambas as concepções que se digladiavam na querela dos filósofos. Em particular nas ciências sociais e na economia, que estudam a evolução de sistemas complexos no tempo, esse conceito foi representado pela Lei de Say, pelo sistema de determinação simultânea do equilíbrio em todos OS mercados à Walras e pelas trajectórias de equilíbrio, alargando o conceito do estado de repouso para o ciclo limite. Ao longo deste texto, começarei por resumir esta concepção do tempo (seçção 1 ), depois apresentarei algumas das críticas que desde os primeiros dias assinalaram as suas deficiências (seçção 2), indicando as suas princípais consequências na ortodoxia económica (seçção 3), para concluir sistematizando algumas das críticas que foram evocadas dentro da nossa ciência (seçção 4), com a ajuda de um exemplo concreto.
Description
Keywords
Ciências sociais Economia Dialéctica Teoria
Pedagogical Context
Citation
Louçã, Francisco. 1996. "O tempo é irreversível então e depois?: Uma crítica económica da evolução". Instituto Superior de Economia e Gestão - DE Working papers nº 7 A-1996/DE
Publisher
ISEG - Departamento de Economia