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Evolução tectono-estratigráfica cenozóica do litoral alentejano (sector Melides- Odemira) e enquadramento no regime geodinâmico actual
Publication . Ressurreição, Ricardo João Viegas, 1982-; Cabral, João Manuel Lopes Cardoso, 1953-; Dias, Ruben Pereira, 1958-
O presente estudo foca-se nos processos de sedimentação e deformação tectónica no sector litoral do Alentejo que ocorreram ao longo do Cenozóico, num contexto de tectónica compressiva relacionada com a orogenia alpina. A região considerada é caracterizada por três domínios paleogeográficos com sedimentação associada, que rodeiam os relevos litorais de Grândola e Cercal: a planície litoral, a bacia de Alvalade e a zona de transição entre as bacias de Alvalade e do Baixo Tejo. A diferenciação entre a planície litoral e a bacia de Alvalade iniciou-se durante o Paleogénico associada a uma fase tectónica que foi responsável pela movimentação em falhas e consequente criação de relevos e áreas deprimidas adjacentes, onde ocorreu a sedimentação. O registo sedimentar cenozóico apresenta-se relativamente completo, tendo-se identificado seis etapas de sedimentação principais relacionadas com factores tectónicos, eustáticos e climáticos: 1) no Eocénico-Aquitaniano, com deposição em ambiente de leque aluvial; 2) no Serravaliano superior-Tortoniano inferior, representada por sedimentação marinha; 3) no Messiniano, com sedimentação marinha e aluvial; 4) no Zancleano-Placenciano, com ocupação marinha na área litoral e desenvolvimento de importantes sistemas fluviais; 5) no Gelasiano, com deposição em ambiente fluvial e de leque aluvial; 6) no Plistocénico Médio Superior, com geração de terraços fluviais e marinhos. Intercalados e contemporaneamente a estas fases sedimentares ocorreram episódios de deformação tectónica durante o Eocénico, o Burdigaliano, o Tortoniano, e ao longo de todo o Pliocénico e Plistocénico. Esta deformação deu-se principalmente em regime transpressivo. As deformações verificadas durante o período neotectónico considerado (aproximadamente os últimos 5 Ma) estão expressas por deslocamentos associados a falhas e por movimentos verticais positivos da crusta. As falhas identificadas apresentam capacidade de gerar sismos de magnitude significativa (Mw ≥ 5,5), embora as taxas de actividade estimadas sejam baixas (0,007-0,038 mm/ano) e os intervalos de recorrência muito longos (9700-117000 anos). As taxas de levantamento tectónico são também baixas (0,005-0,056 mm/ano), inferiores às anteriormente admitidas. De forma geral, verifica-se uma tendência de aumento da amplitude dos movimentos verticais de N para S. A partir do Plistocénico Médio o levantamento poderá anular-se ou mesmo ocorrer subsidência na área de Porto Covo-Sines.
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Funding agency
Fundação para a Ciência e a Tecnologia
Funding programme
SFRH
Funding Award Number
SFRH/BD/81523/2011
