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- Literatura e/m medicinaPublication . Cabral, Maria de JesusTerêncio proclamou em 160 a.C.: “Sou humano, nada do que é humano me é estranho”. No entanto, essa máxima, embora relevante nas Humanidades, não espelha completamente nossa abordagem moderna ao conhecimento, caracterizada pela compartimentação dos saberes, um marco estabelecido nas Luzes de 1751 com a publicação da Enciclopédia de Diderot. Um exemplo notável dessa ambivalência é a interação entre literatura e medicina. Desde cedo, as doenças têm inspirado a escrita devido à íntima ligação da literatura com a experiência humana e o mundo. Nos últimos anos, essa relação evoluiu significativamente, enriquecendo a formação em saúde e dando origem a novas disciplinas, como a Medicina Narrativa. Este estudo explora a influência da literatura na medicina, sua narrativa e seu impacto na consolidação disciplinar.
- Contar (com) a MedicinaPublication . Cabral, Maria de Jesus; Fernandes, Isabel; Casal, Teresa; Correia, Alda; Almeida, DianaContar (com) a medicina reúne um conjunto excertos, maioritariamente ficcionais, traduzidos do alemão, francês e inglês, mas também do castelhano e do sueco, incidindo maioritariamente sobre autores do século XX, e relacionados com a medicina. Os textos são precedidos por uma nota introdutória que oferece um enquadramento do texto, bem como por palavras-chave. A antologia organiza-se em três secções intituladas Doentes, Cuidadores e Família, de acordo com a perspetiva de quem vive, e de quem descreve ou de quem reflete sobre a doença e a saúde, a perceção do corpo, a palavra e o silêncio, a relação médico/doente, o saber científico e o contato humano, na interface da técnica com a ética.
- O que me diz este corpo? Contributos do modelo teatral para a medicina narrativaPublication . Cabral, Maria de JesusEnquadrado na Medicina Narrativa, nos desafios interdisciplinares que se lhe colocam e no seu desígnio ético de maior humanização no cuidado clínico, este artigo visa investigar novas articulações entre Literatura e Medicina sob um prisma teatral. Explorando noções do domínio da teorização da linguagem, como discurso, dialogismo e ritmo, e da teatralidade numa perspectiva semiótico-discursiva, consideramos o teatro como um modelo operativo para apreender a relação médico/doente na sua dimensão bifacial e interactiva de processo discursivo, complementarmente à narrativa per se. Como é que o teatro enquanto relação de co-presença e modo privilegiado de reciprocidade corpo-linguagem contribui para uma medicina entendida como «encontro singular entre o médico e o seu doente» (Lobo Antunes, 2012)? É a questão norteadora que orienta este estudo.