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- O impacto das florestas no crescimento económico moderno durante o Estado Novo (1930-1974)Publication . Branco, Amélia; Valério, NunoPartindo da definição de Kuznets (1969) para a identificação e caracterização do crescimento económico moderno (CEM), podemos situar temporalmente esta nova época económica em Portugal na década de 1950, altura a partir da qual o país conheceu um conjunto de alterações, agregadas e estruturais, no sentido de um processo de modernização industrial. A complexidade deste processo permite a adopção de várias perspectivas de estudo. Privilegiamos neste trabalho uma abordagem sectorial do CEM no caso português, por colocar em destaque as articulações entre diferentes actividades económicas que, embora se completem e interajam, não deixam de estar povoadas de interesses antagónicos, que acabam por marcar o ritmo e a dimensão do seu impacto no CEM, 'per si' e em termos do todo sectorial. Constituiu nosso objectivo estudar o impacto da floresta no CEM português durante o Estado Novo (1930-1974), tendo presente que o aproveitamento económico dos produtos florestais sempre assumiu um papel importante na sociedade e economia portuguesas. Para além disso, a evolução das actividades económicas ligadas à floresta foi contextualizada por diversas medidas governamentais e por uma presença forte dos mercados externos enquanto destino da sua produção. Se quisermos classificar estas actividades em termos de fileira, a fileira da cortiça, a da resina e a do papel, colocam-se no primeiro plano de uma análise deste tipo. 0 impacto das fileiras referidas no CEM português foi condicionado por vários factores. Em primeiro lugar, enquanto recurso natural renovável, a floresta acabou por impor determinados condicionalismos às fileiras estudadas, tanto em termos de quantidades de matérias-primas, como da sua qualidade. Acresceu a esta limitação, a presença, em todos os sectores estudados, de agentes económicos com interesses antagónicos e de diferente dimensão, dando origem a conflitos que a teia institucional criada pelo Estado Novo não conseguiu sanar. Restou o comércio externo, onde os produtos florestais evidenciaram alguma importância enquanto geradores de receitas, mas cuja dinâmica evolutiva acabou, também ela, por ser condicionada pelo enquadramento externo da economia portuguesa.