Browsing by Author "Domingos, Fernandes"
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- Avaliação das aprendizagens e políticas educativas: o difícil percurso da inclusão e da melhoriaPublication . Domingos, FernandesOs resultados da investigação, em geral, mostram que a utilização sistemática de avaliações internas de natureza formativa produz benefícios (e.g., melhoria clara das aprendizagens) mas também tem limitações (e.g., questões de validade, de fiabilidade e de credibilidade). Por seu lado, as avaliações externas apresentam vantagens, algumas das quais acima referidas, e desvantagens relacionadas com os efeitos que podem ter no ensino e na aprendizagem, nomeadamente através do chamado “estreitamento” do currículo que resulta do facto dos professores se sentirem “obrigados” a “treinar” os seus alunos para resolverem um espetro relativamente reduzido de questões. Apesar disso, as políticas públicas investem tradicionalmente muito mais nas segundas do que nas primeiras, talvez devido à forte aceitação que têm nas sociedades as ideias de “rigor”, “qualidade”, “controlo” e “prestação de contas”, tacitamente aceites como estando associadas às avaliações externas. Mas também porque administrar avaliações externas permite recolher grandes massas de dados em relativamente pouco tempo e de forma mais barata do que, por exemplo, investir em programas de apoio à formação dos professores e/ou à organização pedagógica das escolas. Além do mais, as avaliações externas produzem números e estatísticas que permitem uma diversidade de comparações, indo assim ao encontro de valores e perspetivas partilhados pelos cidadãos em geral e pelos setores dominantes das sociedades, em particular. Este enquadramento genérico da avaliação interna e externa das aprendizagens nos sistemas educativos, ainda que sucinto, pareceu-me necessário para o tipo de trabalho que me propus realizar neste capítulo. Na verdade, os resultados da investigação mostram que os desempenhos dos sistemas educativos não são indiferentes às opções de política educativa no domínio da avaliação das aprendizagens dos alunos. Além do mais, o referido enquadramento também contribui para complementar os múltiplos contributos referidos ao longo do texto de investigadores provenientes de uma diversidade de domínios das ciências sociais e das chamadas ciências exatas (e.g., estatísticos, sociólogos, antropólogos, especialistas nos domínios da administração em educação e da ciência política). Nestas condições, a elaboração deste capítulo foi orientada pelos seguintes propósitos principais: 1. Proporcionar uma visão diacrónica do desempenho do sistema educativo português, através dos resultados dos alunos, e das políticas e/ou medidas de política que foram sendo tomadas no domínio da avaliação das, e para as, aprendizagens. 2. Caraterizar as políticas públicas no domínio da avaliação das, e para as, aprendizagens entre, sensivelmente, os anos 60 do século passado e o final do XVII governo constitucional (26 de outubro de 2009). 3. Definir o “sistema de avaliação das aprendizagens” no âmbito do sistema educativo português ou, se quisermos, do currículo português.
- Dez Anos de Investigação em Avaliação das Aprendizagens (2001-2010): Uma Síntese de Teses de Doutoramento.Publication . Domingos, Fernandes; Andreia, GasparEste trabalho integra-se numa linha de pesquisa cujo propósito é produzir sínteses do que, no domínio da avaliação das aprendizagens, se vai realizando em Portugal. A relevância de sintetizar literatura, resulta da escassez de investigações que integrem os seus resultados para construir conhecimento. Assim, sintetizaram-se conteúdos de oito teses de doutoramento, concluídas entre 2001 e 2010 em universidades portuguesas, cujo objeto de pesquisa era a avaliação das aprendizagens em contextos do ensino não superior. Uma análise de literatura sobre avaliação das aprendizagens permitiu identificar alguns dos temas mais discutidos neste domínio do conhecimento (e.g. avaliação formativa e avaliação  sumativa; auto e heteroavaliação; feedback; participação dos alunos) e linhas de orientação que permitissem produzir uma reflexão sistematizada sobre o conteúdo das teses e não uma mera revisão de literatura. Assim, o propósito deste trabalho foi identificar os problemas e questões selecionados pelos investigadores, as suas opções metodológicas e as suas conclusões para, a partir daí, produzir uma síntese da investigação realizada no âmbito das teses analisadas.
- Para um Discernimento das Relações entre Avaliação, Ética e PolíticaPublication . Domingos, FernandesSeja qual for a perspectiva ou ênfase de cada avaliação, a verdade é que todos os esforços devem ser empreendidos para que ela seja desenvolvida com imparcialidade. Isto significa que os avaliadores têm que encontrar os procedimentos adequados para evitar que os seus sistemas de conceções e de valores, as suas ideologias e visões do mundo enviesem de forma mais ou menos grosseira as realidades. Simons (2006) refere mesmo que os avaliadores têm que desenvolver o seu trabalho com independência em relação às medidas de materialização das políticas (policies) e aos respetivos objetos (e.g., programas, projetos, currículos). E é também neste contexto que, de acordo com aquela autora, podem surgir dilemas éticos e, assim acontecendo, compete aos avaliadores garantir que as avaliações sejam eticamente irrepreensíveis ou, pelo menos, defensáveis. Estas são, com certeza, condições indispensáveis para que qualquer avaliação possa ter credibilidade perante todos aqueles que, de algum modo, estejam interessados nela ou possam por ela ser afetados. Na verdade, e de acordo com House (2000), a credibilidade, a plausibilidade e a utilidade social são conceitos-chave para um domínio que, à partida, não produz resultados certos como é o caso da avaliação. Por isso estes conceitos são relevantes e, como parece ser óbvio, não podem dispensar reflexões relativamente aos fundamentos morais, éticos e políticos da avaliação. Cabe aqui referir que são precisamente as dimensões valorativas, éticas e políticas da avaliação que mais têm contribuído para dificultar o seu reconhecimento como disciplina científica, apesar de poder ser escrutinada e analisada com base em critérios normalmente utilizados em ciência. Foi tendo em conta reflexões do tipo das que se acabaram de expor que defini como principal propósito deste trabalho discernir e discutir relações entre Avaliação, Ética e Política como forma de suscitar reflexões sobre questões teóricas e práticas que, de modo mais ou menos explícito ou evidente, são inerentes a qualquer processo de avaliação. Assim, serão equacionadas e discutidas questões relacionadas com fundamentos da avaliação, da política e da ética e com a inevitabilidade das relações entre estes três domínios do conhecimento no desenvolvimento de qualquer processo de avaliação.
